O lugar mais fácil para se começar é com o que o realismo neorreacionário não é, que é isto:
Para se estabelecer um estado reacionário no Ocidente durante nossas vidas, precisaremos articular a necessidade de um em uma linguagem que milhões de pessoas possam entender. Se não para produzir nacionalistas, para pelo menos produzir um grande contingente de simpatizantes. A questão “O que é exatamente que vocês propõem fazer?” deve ser respondida, primeiro em termos simples, e depois em termos detalhados que apoiem de forma direta os argumentos simples. A ânsia de desenvolver teorias esotéricas de causas e circunstâncias deveria ser deixada de lado e substituída por propostas concretas para uma nova forma de governo que harmonize com princípios perenes. Isto pode ser alcançado ao se produzir teorias positivas para uma nova ordem, em vez de analizar as porcas e parafusos de uma ordem decadente.
Começar com um modelo de uma sociedade ideal é um procedimento que já tem um nome, e um que é diferente: Utopismo. Não é uma maneira difícil de pensar. Por exemplo, imagine um regime embasado na política fiscal comutativa. No que concernem considerações econômicas, o problema político está resolvido. Escolhas de políticas estão alinhadas com incentivos práticos, e o impulso democrático manifestamente irresistível em direção à violação redistributiva dos direitos de propriedade é imediatamente exterminado. O problema com esta ideia? – Não há nenhuma maneira prática de consegui-la. O problema real da filosofia política não está no esforço conceitual de modelar uma sociedade ideal, mas em sair de onde estamos, em uma direção que tenda à otimização de um valor selecionado (igualdade é uma merda, utilidade não funciona, liberdade é OK, inteligência é o melhor).
Aonde podemos chegar a partir daqui? A menos que esta questão controle a teoria política, o resultado é irrelevância utópica. O problema inicial real é escapar. Em consequência, duas amplas avenidas de reflexão neorreacionária realista estão abertas:
(1) Elabore a escapada. Este tópico naturalmente se bifurca, por sua vez, em identificação e investimento em instituições embasadas em saída e na promoção de opções secessionistas (desde o federalismo fissional até o seasteading). Uma sociedade baseada em escapar, ao contrário de uma utopia, é estruturada da mesma maneira em que é alcançada. Ao se chegar em um mundo feito do tipo certo de fragmentos – estilhaçado por filosofia política, em vez de variedade tribal – todos os tipos de possibilidades reais surgem. (Tribos são uma distração inútil, porque elas ressoam com filosofias defeituosas – um mundo de social-democracias fracassadas, diferenciadas no esquema Benetton, é no que estamos sendo arrebanhados agora.)
(2) Defenda a diversidade. Mais uma vez, a diversidade étnica – como tal – não significa quase nada (na melhor das hipóteses). Todo ‘povo’ se mostrou capaz de idiotice política. O que merece preservação é a fratura, definida em posição ao universalismo da Catedral. Qualquer lugar que possa contar, de maneira prática, como ‘offshore’ é uma base para o futuro. Em particular, a tradição tecnocapitalista antidemocrática do Leste Asiático merece uma defesa ideológica feroz contra a subversão catedralista. Dentro do Ocidente, enclaves domésticos que resistiram à absorção macrossocial – de comunidades Amish à movimentos de milícias sobrevivencialistas – têm valor comparável. Onde quer que o globalismo político falhe, a neorreação vence.
A última coisa que a neorreação tem para declarar de maneira útil é Eu tenho um sonho. A promoção de sonhos é o inimigo. O único futuro pelo qual vale a pena lutar está estilhaçado em miríades, frouxamente reunidas por conexões de saída livre, e que conduza a inúmeros experimentos de governo, a vasta maioria dos quais falhará.
Não sabemos e não podemos saber o que queremos, não mais do que podemos saber como serão as máquinas do próximo século, porque potenciais reais precisam ser descobertos, não imaginados. O realismo é o negativo de uma pretensão infundada de conhecimento, não menos na sociologia política do que na tecnologia da informação. Invenção não é planejamento, e castelos no céu não oferecem nenhum refúgio contra a Catedral. Se há uma coisa que precisamos ter aprendido, e nunca esquecer, é isso.
Original.