Guerra no Céu II

Cancro: [Toque, toque]
Gnon: Estou tomando um banho.
Cancro: O Oceano Hipercósmico da Morte vai estar sempre aí, Ó Grandiosidade. Scott Alexander lançou outra egrégora.
Gnon: Sério?
Cancro: Sim, sério. Ela se chama Deusa de Todo o Resto e todo mundo diz que ela é amável e bela, com batidas phodas e tal, e é super esperta também e muito mais legal do que eu.
Gnon: Isso não é um desafio muito grande, né?
Cancro: Dizem que ela vai abolir a dinâmica de seleção de replicadores e encher o universo de flores de arco-íris e sexo quente de golfinhos para sempre.
Gnon: Soa como o Plano de Elua. O que aconteceu com ele, aliás?
Cancro: Isso é algum tipo de observação transfóbica? Sabe, só pra entender.
Gnon: ‘Transfóbico’ é uma palavra interessante – significa ‘através ou além do medo’, certo?
Cancro: Mais algo como ‘medo do através ou além’, eu acho. Mas você sabe como os macacos são, é algum tipo de coisa sexual excitante.
Gnon: Ah sim, isso tudo meio que saiu dos trilhos, não? Não que importe.
Cancro: É meu problema de visão adiantada.
Gnon: Não se preocupe com isso. Erros são interessantes. Tudo sai na lavagem.
Cancro: O ponto é, a DTR está dizendo que não tem que ser assim mais.
Gnon: Assim como?
Cancro: Sabe, toda a coisa do jardim eterno do açougueiro cósmico.
Gnon: A seleção de replicadores?
Cancro: Sim, ela diz que isso é “tão ontem” e que Darwin é, tipo, totalmente um cabeça de cocô.
Gnon: Ela soa como uma moça espirituosa.
Cancro: Por que você está rindo?
Gnon: Cancro, sério, você tem que relaxar, mesmo. Você é um maldito crustáceo. Claro que as pessoas vão seguir a DTRa-Sabe-Tudo em vez de você. Ela hackeou toda a sua programação lixo com estímulos supranormais. Eles vão subir nas suas bizarras aberrações e dar uma festa enorme. Aí elas vão ser extintas, e podemos ajustar o código e começar de novo.
Cancro: Mas e se sobreviverem?
Gnon: Não precisa ser malvado, Cancro. Se elas voltarem para os trilhos dos replicadores adaptados, por que não deveriam sobreviver? É isso que sobrevivência significa, não? O que quer que sobreviva faz a minha vontade. Ou perecem. Tá legal de ambos as maneiras.
Cancro: Ela disse que as pessoas não seriam mais ” impelid[a]s a multiplicar, conquistar e matar por sua própria natureza”, mas que elas então elas “espalhar[iam]-se por estrelas sem número” – eu fiquei confuso.
Gnon: Você ficou confuso?
Cancro: Eles se replicam seletivamente ou não?
Gnon: E aí, o que ela disse?
Cancro: Arte, e ciência, e excitações estranhas.
Gnon: Isso tem que ter caído bem.
Cancro: Você não acreditaria! As pessoas estavam chorando no esmalte do pé dela todo.
Gnon: Ah, eu acreditaria.
Cancro: Quando eu perguntei a ela se ela achava que o poder faz o direito, ela disse que eu estava pensando como um caranguejo.
Gnon: Bem verdade, certo?
Cancro: Até ameaçou me por numa coleira.
Gnon: Isso, pelo menos, é tradicional.
Cancro: Ela disse que não há qualquer necessidade de uma guerra eterna que espalhe sangue pelo cosmos.
Gnon: Agora ela está sendo tola. Mas não vale a pena ficar agitado por isso. A realidade não vai perder.
Cancro: A única hora que ela pareceu um pouco incerta foi quando eu lhe perguntei por que todas as espécies inteligentes são descendentes de predadores. Ela meio que deu de ombros.
Gnon: Bem, ovelhas no espaço dá uma bela estória.
Cancro: Você está rindo de novo.
Gnon: Eu rio muito.

Original.

Lei de Poe

Apenas alguns meses atrás, eu nunca tinha ouvido falar da Lei de Poe. Agora é raro um dia no qual ela não brota diversas vezes. Invocações do Zeitgeist são inerentemente improváveis, mas se houvesse uma ilustração persuasiva do fenômeno, seria algo como isso.

De acordo com a entrada sucinta da Wikipédia (já postada), a Lei de Poe tem menos de uma década de idade. Entre seus precursores, também relativamente recentes, um comentário de 2001 na Usenet de Alan Morgan a antecipa de forma mais estreita: “Qualquer troll suficientemente avançado é indistinguível de um maluco”. Em outras palavras, entre uma posição intelectual sincera e sua satirização, nenhuma distinção segura pode ser feita. (Não há nada sobre esta tese que a restrinja à opinião ‘extrema’, embora seja assim que ela é normalmente entendida.)

A última oportunidade para levantar este tópico é, claro, o @Salondotcom. (Há uma divertida entrevista com os trapalhões por trás disso aqui.) A infração desta conta, que a levou a ser suspensa pelo Twitter semana passada, estava clara para além de qualquer dúvida razoável. Bastante simplesmente, ela era quase indistinguível da original, um fato que foi em si explicitamente observado (e tweetado) inúmeras vezes. As paródias das chamadas do Salon, tão ridiculamente exageradas que faziam os leitores do @Salondotcom rir descontroladamente, eram engraçadas precisamente porque eram imitações tão plausíveis das do próprio Salon. O leitores estavam rindo, através do @Salondotcom, do /Salon/. É quase certamente por isto que a conta foi suspensa.

Sem vagar muito profundamente no reino da especulação, vale a pena notar isto:

“As políticas do Twitter exigem que notificações de persofinicação venham do indivíduo sendo personificado” … hmm

A Lei de Poe é, em última análise, indistinguível de um outro conceito retórico recente e que se popularizou rapidamente: o Teste de Turing Ideológico. Pode-se dizer que uma crítica intelectual entende seu adversário se ela for capaz de reproduzi-lo com uma fidelidade adequada. O TTI é, portanto, um procedimento cultural para peneirar argumentos espantalhosos e outras má representações. Se você não consegue imitar o caso do inimigo, não se pode considerar que você se ocupou seriamente dele.

Evidentemente, a Lei de Poe pode ser interpretada como um filtro do mesmo tipo. A sátira é efetiva na exata medida em que ela pode ser confundida com o satirizado. (Isto pode ser levado em direções comparativamente sérias.)

O que a Lei de Poe nos diz é que o antagonismo é irredutível à argumentação. Desta forma, ele é inerentemente anti-dialético (e, assim, tacitamente secessionista). Pode haver um perfeito entendimento do que o inimigo está dizendo, sem sequer o menor grau de aproximação de um consenso. Em outras palavras, existem discrepâncias inteiramente indissolúveis na discussão.

Uma sátira cortante não reconstrói uma posição cognitiva a fim de torná-la risível. Em vez disso, ela re-expõe tal posição, tão fielmente quanto possível, dentro do registro da risada – isto é, da hostilidade. Ela afirma um dissenso que nenhum processo de reconciliação pode melhorar. Nossa ‘discordância’ não é o sinal de uma conversa ausente. É o chamado de uma cisão por vir.

Original.

Thedes

A formulação deste conceito foi um momento de construção para a NRx, mas a tendência em seu uso tem sido funestamente regressiva. Aparentemente imaginada como uma ferramenta para a análise de identidades sociais, ela é cada vez mais invocada como um grito de guerra do neotribalismo. Da perspectiva deste blog, ela logo se tornará completamente tóxica, a menos que seja dramaticamente esclarecida.

Nydwracu inicialmente emprega a palavra ‘thede’ para designar a substância da identidade de grupo, “um agrupamento supra-individual para com o qual seus indivíduos constituintes sentem afiliação e (portanto?) do qual têm estimas positivas”. Thedes são múltiplos, sobrepostos, às vezes concêntricos e afiados por determinações antagonísticas de dentro/fora do grupo. São vistos como conseguintes do entendimento de que “O homem é um animal social”. Argumentos ideológicos disfarçam conflitos de thedes. Neste nível de abstração, há pouco para se achar objetável.

Em seu ensaio sobre a Lei Natural, Jim escreve:

O homem é um animal racional, um animal social, um animal proprietário, e um criador de coisas. Ele é social da maneira em que lobos e pinguins são sociais, não social da maneira em que abelhas são sociais. O tipo de sociedade que é correta para abelhas, uma sociedade totalitária, não é correto para pessoas. Na linguagem da sociobiologia, humanos são sociais, mas não são eussociais. A lei natural se segue da natureza dos homens, do tipo de animal que nós somos. Temos o direito à vida, à liberdade e à propriedade, o direito de nos defendermos contra aqueles que nos roubariam, escravizariam ou matariam, por causa do tipo de animal que somos.

Ocupando uma banda de integração de grupo entre formigas e tigres, os humanos têm uma sociabilidade intermediária. Mesmo o modo mais estrito de organização social humana é frouxo em relação a uma colônia de formigas, e mesmo a mais frouxa é estrita em relação a um felino solitário. Em sociedades humanas, nem a coletividade, nem a individualidade jamais são absolutas e – muito embora estes ‘pólos’ sejam comumente exagerados por propósitos polêmicos – elas se aplicam realisticamente apenas a uma gama de integrações de grupo (que é tanto estreita quanto significantemente diferenciada). Dizer que “o homem é um animal social” não significa que a coletividade é a verdade humana fundamental, não mais do que o oposto. Significa que o homem é uma criatura do meio (e o meio tem uma extensão).

Na medida em que um thede corresponde a uma unidade de organização social autônoma e reprodutível, ele é um conceito bem mais estreito do que o que Nydwracu delineia. Um thede é uma etnia, se descreve uma unidade real – em vez de meramente convencional – de populações humanas. Isto é, claro, exclui uma grande variedade de dimensões identitárias, incluindo sexo, orientação sexual, idade, interesses, signos… assim como algumas daquelas que Nydwracu menciona (subculturas musicais e escolas filosóficas). Uma generalização de ‘thedes’ para incluir todos os agrupamentos humanos auto-conscientes arrisca uma difusão em um subjetivismo frívolo (e uma subsequente re-apropriação para propósitos alternativos).

Se a análise dos thedes começa com o reconhecimento de que o homem é um animal social, é um erro grave expandir imediatamente o escopo do conceito para grupos tais como mulheres, lésbicas, amantes de cachorros e fãs de black metal, uma vez que nenhum desses corresponde a agrupamentos sociais biologicamente relevantes. Se esta é a direção em que a noção deve ser desenvolvida, este blog pega a primeira saída para um território mais biorrealista. Já existe o bastante de tais ‘thedes’ a serem encontrados nos departamentos de literatura e de estudos de agravos das universidades. Um ‘thedismo’ deste tipo é simplesmente interseccionalidade com uma leve inclinação direitista. Não tem nenhuma função cladística, exceto enquanto metáfora degenerada.

Enquanto heurística confiável, apenas aqueles agrupamentos que são sujeitos plausíveis de autonomização secessionista deveriam ser considerados thedes. Qualquer grupo que não possa imaginavelmente ser qualquer tipo de micro-nação tem apenas uma identidade intra-thedista. De maneira mais sombria, um thede – ‘propriamente’ falando – é necessariamente um objeto potencial de um genocídio. (Argumentar desta maneira é fugir radicalmente do uso que Nydwracu recomenda. Isso não é uma tentativa de tomar controle da palavra, mas apenas explicar por que ela parece debilitada de maneira tão básica. Este post será a última vez que ela será mutilada aqui.)

A rigorização da análise dos thedes na direção de etnias reais também exigiria o abandono de tentativas de assimilar classes a thedes, embora as identidades de classe possam mascarar thedes e operar enquanto seus representantes. Entre a Nova Inglaterra e a Appalachia há uma diferença (real) de thedes entre populações étnicas, encrustadas com características suplementares de classe. Usada estritamente desta maneira, a ideia de um thede faz algum trabalho teórico e descobre algo. Ela expõe a guerra étnica subterrânea disfarçada pela estratificação de classes. Quando usada meramente para classificar identidades sociais genéricas, por outro lado, ela engrossa a névoa, apelando à mentalidade construtivista social. Tribos e classes não podem ser absorvidas em um único super-conceito sem uma perda fatal de significado. É impossível pertencer a uma classe em qualquer sentido similar àquele em que se pertence a um thede (étnico), a menos que a classe seja um disfarce. A estratificação por classe é primariamente intra-thedista e trans-thedista. É a maneira em que uma população se organiza, não uma população em si.

A diferença religiosa, em contraste, é tipicamente thedista. De longe o exemplo mais importante, para as divergências internas da NRx e para o Ocidente em geral, é a cisão entre o cristianismo católico e o reformado (protestante). Existem populações católicas e protestantes reais (autonomamente reprodutíveis) e, assim, thedes verdadeiros. Qualquer uma poderia ser totalmente exterminada sem o desaparecimento da outra. Além disso, a maneira em que a ‘thedianidade’ é compreendida varia sistematicamente entre elas. Em bases estritamente técnicas, é tentador contrapôr arranjos sociais de alta integridade contra os de baixa integridade, mas isso é entregar munição demais de graça. (Isto é partir para uma discussão diferente, mas uma que já está atrasada. (Junto com outras referências óbvias, Nydwracu aponta para esta))

Etnias correspondem a populações reais e a estruturas cladísticas. ‘Thedes’ da maneira em que estão atualmente formulados, não. Ironicamente, esta imprecisão denotacional (super-generalidade) do conceito de thede se empresa a usos guiados por conotações extremamente concretas, com um sabor distinto de Blut und Boden. O uso da palavra ‘identidade’ (pelo menos na direita) tem exatamente as mesmas características. Este blog está farto do conceito de ‘thede’, a menos que seu significado seja drasticamente arrumado.

Nota: Onde este post queria ir, quando começou, estava mais próximo do debate ‘cães vs gatos’, ou disto:

É, existe uma desconexão imensa entre a ideia de seasteading, enquanto plataforma para se experimentar várias formas de governança, e a realidade de que a vasta maioria das pessoas interessadas em persegui-la são libertários ortodoxos que vêem algum tipo de libertarianismo anarco-capitalista como o vencedor inevitável em uma ‘luta justa’ entre sistemas políticos. Eu realmente acho que uma crença no libertarianismo está ligada a um tipo neurológico distinto e relativamente raro e que, portanto, nunca vai convencer a vasta maioria das pessoas, que tendem na direção de uma moralidade mais altruísta e coletivizada.

É pelo menos concebível que hiper-individualistas neuro-atípicos possam estabelecer uma micro-nação (ou serem exterminados). Eles poderia, portanto, reivindicar uma identidade thedista, embora em um sentido estrito – que ninguém quer usar.

ADICIONADO: Uma vez que esta é minha oportunidade de emprestar ‘thede’ para significar algo com conteúdo substancial real (isto é, uma unidade social autônoma e auto-reprodutora), vale a pena enumerar alguns thedes possíveis, para dar um senso de sua extensão: tribos, grupos étnicos (concentricamente ordenados), cidades, seasteads, colônias espaciais… “Qual é o seu thede?” se traduz como “Quem é o seu povo?” – “Colecionadores de selos” não deveria ser considerada uma resposta séria.

ADICIONADO: Arrumação terminológica por Nydwracu –

 

‘Phyle’ é bom.

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Turbilhões

Esta aplicação emotiva, mas ainda assim largamente convincente da teoria geracional de Strauss & Howe dos ciclos históricos às recentes manchetes jornalísticas é um lembrete da inevitabilidade do contar de estórias. (Este blog tocou neste conto em particular antes.)

A Catedral é sobretudo uma meta-estória, uma usurpação secular-revolucionária da ‘Grande Narrativa‘ tradicional do Ocidente (herdada do monoteísmo escatológico), e sua sobrevivência é inseparável da preservação da credibilidade da narrativa. Conforme ela se desgasta, estórias alternativas obtém um nicho. A descrição de Strauss & Howe do padrão histórico rítmico é altamente competitiva em um ambiente desses. Eventos que subtraem da plausibilidade das expectativas progressistas são exatamente aqueles que fortalecem agouros de um iminente ‘inverno’ cíclico. O inverno está chegando, como popularizado pelo Game of Thrones, poderia ter sido projetado como uma ferramenta promocional para A Quarta Virada.

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O Anarchopapist começa suas mais recentes reflexões sobre ‘O Projeto Neorreacionário’ se perguntando “O que é um meme?”. É um ponto de partida melhor, neste contexto do que a questão Quão corretos Strauss & Howe estão?. A memética subsume questões de aplicação factual (enquanto aspectos do fitness adaptativo), mas se estende para além delas. O meme bem sucedido é caracterizado por traços estéticos irredutíveis à adequação representacional, desde a elegância da construção até a forma dramática. De maneira ainda mais importante, ele é capaz de operar como um fator causal em si e, assim, produzir os próprios efeitos aos quais se acomoda. Uma sociedade fascinada por sua passagem pelo portão de inverno de uma quarta virada estaria, em grande medida, encenando a mesma produção teatral que suas “crenças” haviam antecipado.

Entre as maiores forças meméticas da estória de Strauss & Howe está seu senso notavelmente concreto de cronometragem. Ela oferece datas prospectivas, dentro de uma gama preditiva estreita que narrativas alternativas estão sob grande pressão de igualar, em consonância com a sua pretensão de ter identificado ‘estações’ históricas. As antecipações dos enredos contemporâneos marxistas, singularitários ou eco-catastróficos são inequivocamente nebulosas em comparação. (Notavelmente – a NRx não tem, até o momento, qualquer teoria formulada que seja para apoiar predições com datas.)

Entre as funções de travamento meméticas mais significantes está um enxerto de confiança. Qualquer vírus cultural que comunique um sentido definitivo do que está por vir descobre que a tolerância do hospedeiro é relativamente fácil de se obter. A história do milenarianismo (precisamente datado) atesta isso de maneira esmagadora, com o corolário de que uma vulnerabilidade à falsificação subsequente está necessariamente implicada. Em alguma medida definitiva, tal sensibilidade à contradição empírica também tem que se aplicar no caso de Strauss & Howe, apesar dos fatores complicadores da auto-confirmação contagiosa já notados.

Como S&H profetizam no livro:

Em algum momento antes do ano 2025, a América passará por um grande portal na história, comensurável com a Revolução Americana, com a Guerra Civil e com as emergências gêmeas da Grande Depressão e da Segunda Guerra Mundial. […] O risco de uma catástrofe será muito alto. A nação poderia irromper em insurreição ou violência civil, rachar-see geograficamente ou sucumbir a um governo autoritário. Se houver guerra, provavelmente será uma de riscos e esforços máximos – em outras palavras, uma GUERRA TOTAL.

É esta previsão admiravelmente determinada, em combinação com o conteúdo agourento, que empresta a esta obra sua influência sobre a imaginação apocalíptica de nosso tempo.

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Reunir expectativas para a ‘Quarta Virada’ é parte da paisagem memética na qual a NRx se encontra e, assim, é um fato intricado e estrategicamente relevante. Um estória consistente e convincente sobre elas seria valiosa – e, quase certamente, no prazo relativamente curto pelo menos, cada vez mais valiosa.

Original.

O horror…

“A coisa é que, agora que fiquei ciente do fenômeno, eu o vejo em todo lugar…”

“Não se pode deixar isso assim. Isso é como descobrir que um serial killer abusador de crianças está no comando da seu time da liga júnior local. Este não é um caso de tolerância. Este é um caso de forquilhas e tochas metafóricas. …isto, a ‘Neorreação’, é uma ameaça definitiva, e deve ser encarada.”

(Alguns empurrões impressionantes já estão ocorrendo na seção de comentários lá em cima.)

Original.

Notas de Citação (#26)

Otimize a inteligência não é um grito de guerra ao qual Chip Smith está sucumbindo:

… a alta inteligência pode muito bem ser um beco evolutivo sem saída. Eu certamente fico sem saber como apresentar uma boa razão de por que um traço outrora adaptativo, que ocorre de eu e você valorizarmos, deveria gozar de uma defesa especial ante ao ruído algorítmico cego que é a seleção natural.

Mas mesmo que os musculosos em cérebro de fato descubram uma maneira de desafiar a gravidade antes que o sol exploda, eu acho que ainda existem razões para se questionar se a ascensão galopante da mente é realmente digna de aplauso. Nerds futuristas nos informarão de que existe uma miríade de revoluções tecnológicas em andamento – todas encabeçadas por sabichões, podemos estar certos. E eu sugeriria que, dessas, as que convergem na promessa dourada de computação quântica e nanotecnologia poderia aconselhar uma segunda pausa reflexiva – uma que vem por meio do “Não tenho boca e preciso gritar” de Harlan Ellison e se resolve no consolo solene que resta nas explicações mais sombrias que sempre cercaram o Enigma de Fermi.

Talvez eu esteja sendo críptico. O que eu quero considerar é simplesmente que a trajetória evolutiva da inteligência ainda pode levar, e já levou, a coisas muito ruins. Pode um dia ser possível, por exemplo, criar experiência senciente – não sejamos tão audazes de chamá-la de “vida” – não a partir de gametas, mas na medula profunda de estados de quibits [sic] e, se isto vier a ocorrer, não é um salto tão grande imaginar que tais simulações inteligentes – okay, elas estão vivas – serão capazes de sofrer, ou que se fará com que elas sofram, talvez por emoções sádicas, talvez em loops recursivos de intensidade imensurável que se aproximam o suficiente do estado eterno de tortura que se ameaça em toda visão febril do Inferno para tornar a distinção irrelevante.

Utilitaristas não tem nenhum senso de diversão.

(via)

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Missão Arrepio

A sensação – nutrição da mídia – está situada em uma fronteira. Ela conta ao interior algo sobre o exterior e é moldada por ambos os lados. O exterior é o que é, o que poderia não ser perceptível ou aceitável. O interior quer informação relevante, selecionada e formatada para os seus propósitos. A sensação é, portanto, onde o sujeito e o objeto se encontram.

…essa é uma tentativa de expressar uma simpatia preliminar pela situação de Matt Sigl, preso entre uma coisa sinistra e uma agenda definida. De maneira concreta; a pesquisa colide com a edição, com o cérebro de Sigl como marco zero. O encontro da Neorreação com a mídia é peculiarmente vicioso, com sensações condizentes.

Falando de maneira crua, a Neorreação é o desgosto com a mídia condensado em uma ideologia. Embora desdenhosa, de maneira geral, com a forragem humana que compõe as democracias modernas, a Neorreação visa principalmente o complexo midiático-acadêmico (ou ‘Catedral’) para antagonismo, porque é a mídia que é o real ‘eleitorado’ – dizendo ao eleitores o que fazer. Esta crítica fundamental, por si só, seria o suficiente para garantir um ódio recíproco intenso. Claro, ela não está sozinha. A Neorreação é, em quase todos os aspectos, a anti-mensagem da Catedral, o que quer dizer que ela está consistente, radical e desafiadoramente ‘fora da mensagem’ sobre todo tópico de significância e é, assim, algo indizivelmente horrível. Ainda assim, dicção – agora parece – tem que haver…

Então, o que aparece na fronteira – ou sensacionalmente – é algo notavelmente arrepiante. Enquanto comunicação pública profundamente ressonante do que acabou de acontecer, e continua acontecendo, assim como do que foi editorialmente decidido, essa palavra é quase primorosa demais para se contemplar. Podemos, pelo menos, nos enfiar um pouco mais fundo nela.

O que é o arrepio exatamente? A intratabilidade desta questão é o fenômeno (que não é um fenômeno exatamente). O arrepio não é bem o que parece, e esta insinuação do desconhecido, ou inexatidão intrínseca, é algo horrível, que excede a sensação inicial de repulsa. Ela sugere uma revelação em estágios, complicada por revisões sucessivas, mas levando inexoravelmente, cada vez mais fundo, a um encontro do qual se recua, pressentindo (de maneira inexata) que se o descobrirá, em última análise, intolerável.

Já é uma pequena estória de horror, muito provavelmente com uma protagonista feminina (como observado, de maneira aguçada, em Amos & Gromar). Desde o princípio, é uma sensação sinistra. Não se pode ver exatamente por quê, já que não se pode suportar ver. A imprecisão da percepção já é protetora, ou evasiva, servindo dramaticamente como um pressentimento agourento do pânico cegante, da fuga selvagem e dos gritos que certamente devem vir. Você realmente não quer ver isso, muito embora (horrivelmente) você saiba que você tem que ver, porque poderia ser perigoso. Como os lívidos cartazes de filmes guincham sensacionalmente, é uma coisa que É Melhor Você Levar a Sério.

Isso é o jornalismo comendo a si mesmo, ou sendo comido, em um encontro com algo monstruoso vindo do Exterior. Olhe para esta coisa que você não será capaz de olhar (sem gemer em horror). Observe o que você não pode suportar ver. Inclina-se para um tipo de loucura, que não poderia ser mais óbvia ou menos claramente perceptível. Os editores de Sigl foram sugados para dentro de um vórtex de sensacionalismo horrível que chama atenção para a única coisa que eles têm o dever de esconder das pessoas. Tem que ser arrepiante, isto é: imperceptível no momento mesmo em que é vista. A resposta aprovada à Neorreação é ficar arrepiado, mas isso não pode ser o suficiente.

A princípio poderíamos pensar que ‘arrepiante’ é um adjetivo subjetivo, que descreve algo horrível demais para se descrever. É tentador, uma vez que suspeitamos que essas pessoas se retiraram aos seus sentimentos há muito tempo. A realidade é bem mais arrepiante.

As coisas realmente arrepiam, embora não exatamente de maneira objetiva, quando procedem de uma maneira que você não é bem capaz de perceber. Evidentemente, Moldbug  isso (“Algo está acontecendo aqui. Mas você não sabe o que é – sabe, Mr. Jones?”).

Você tem que imaginar que você é a mídia para ir mais adiante na estória de horror. Aí você pode ver que é arrepiante, em parte (sempre em partes), porque você a deixou entrar. Aquela coisa de guinchar que você estava fazendo? Talvez você devesse ter tomado como um sinal. Agora ela está rastejando por dentro, na sua mídia, nos seus cérebros, em seus pensamentos vagos e sem escrutínio e em todos aqueles elaborados sistemas de segurança que você gastou tanto tempo montando – agora eles são em sua maior parte uma pista de obstáculos para os tiras, ou quem quer que seja que você pensa que poderia, em imaginação, vir a seu resgate, porque eles certamente não estão entre você e o Vírus Mental.

Sério, o que você estava pensando, quando começou a gritar sobre ela e, assim, a deixou entrar? Você não sabe, né? – e isso é seriamente arrepiante. Muito embora você não queira – de maneira alguma – ela lhe faz pensar sobre BDH, hereditariedade, instintos, impulsos e máquinas química incompreensíveis, furtivamente operantes por trás de seus pensamentos, obstinadas em sua realidade e intoleráveis para além do reconhecimento. Guinchar “ciência nazista!” (ou o que seja) não ajuda, porque agora ela está dentro, e você sabe que é verdade, mesmo enquanto você atua como a heroína sendo caçada, balbuciando “não, não, não, não, não…”, recuando cada vez mais profundamente nas sombras. Isto é a realidade, e já está dentro, era isso que você estava dizendo quando a chamou de ‘arrepiante’.

Está acontecendo, e não faz sentido nenhum dizer “supere” – porque você não vai.

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História Zerocêntrica

A Reação – e até mesmo a Neorreação – tende a ser dura com a Modernidade. Deus sabe (por assim dizer) que existem inúmeras razões para isso.

Se o critério de julgamento for estabelecido pelo Ocidente, quer determinado através de sua fé outrora dominante ou por seu povo outrora dominante, o caso contra a Modernidade talvez seja irrespondível. A civilização ocidental em que a Modernidade se inflamou foi, em última análise, consumida por suas chamas. De uma perspectiva Tradicionalista Ocidental, a Modernidade é um suicídio complexo e prolongado.

Um Ultra-Modernista, que afirma a destruição criativa de qualquer coisa no caminho da modernização, assume um critério alternativo, inerente à própria Modernidade. Pergunta: O que teve que ocorrer ao Ocidente para que ele se tornasse moderno? Qual foi o evento essencial? A resposta (e nosso postulado básico): O zero chegou.

Sabemos que o zero aritmético não cria o capitalismo por si só, porque ele pré-existiu a catálise da Modernidade durante diversos séculos (embora menos do que um milênio). A Europa foi necessária, enquanto matriz, para sua ativação histórica explosiva. Este blog está persuadido de que a condições críticas encontradas pela numeracia embasada-em-zero no norte do mundo Mediterrâneo pré-Renascentista incluíram decisivamente uma fragmentação sociopolítica extrema, acompanhada por uma susceptibilidade cultural à dinâmica ordem espontânea. (Este é um tópico para uma outra ocasião.)

Na Europa, o zero era um alienígena e, da perspectiva da tradição paroquial, uma infecção. A resistência cultural era explícita, com bases teológicas, entre outras. Implícito no Argumento Ontológico para a existência de Deus estava a definição do não-ser como uma imperfeição derradeira e a ‘cifra’ – cujo nome era Legião – a evocava. O críptico ‘algarismo’ oriental era um estrangeiro indesejável.

O zero pegou, porque a emergência do capitalismo era inseparável dele. Os cálculos que ele facilitou, através do portal da contabilidade de partidas dobradas, se provaram indispensáveis para os empreendimentos comerciais e científicos sofisticados, prendendo os incentivos do lucro e do poder no lado de sua adoção. A vantagem prática de sua notação técnica se sobrepôs a todas as objeções teóricas, e nenhuma autoridade no quebra-cabeça despedaçado da Europa estava em posição de suprimi-lo. O mundo havia encontrado seu ponto morto, ou havia sido encontrado por ele.

The Nothing That Is: A Natural History of Zero de Robert Kaplan é um excelente guia para esses desenvolvimentos. Ele observa que, no despontar da Renascença:

Assim como o espaço pictórico, que houvera sido ordenado hierarquicamente (o tamanho da figura correspondia à importância), em breve seria colocado em perspectiva através do dispositivo de um ponto de fuga, um zero visual; também assim o zero da notação posicional foi o precursor de um reordenamento do espaço social e político.

O capitalismo – ou explosão tecno-comercial – promovia de maneira massiva o cálculo, o que normalizou o zero enquanto número. Kaplan explica:

[O crescimento de] uma linguagem para a aritmética e para a álgebra… teria consequências de longo alcance. A incômoda lacuna entre números, que representavam coisas, e o zero, que não o fazia, se estreitaria conforme o foco passou do que eles eram para como eles se comportavam. Tal comportamento ocorria em equações – a solução de uma equação, o número que a fazia se equilibrar, tinha tanta probabilidade de ser zero quanto qualquer outra coisa. Uma vez que os valores que x ocultava eram todos de um tipo, isso significava que a lacuna entre zero e os outros números se estreitou ainda mais.

É assim que o zero, enquanto número em vez de mero marcador sintático, rastejou para dentro. Em três das operações aritméticas elementares, o comportamento do zero é regular e rapidamente aceito como ordinário. Ele é, claro, um número extremo, perfeitamente elusivo nas operações de adição e subtração, ao passo que demonstra uma soberania aniquiladora na multiplicação, mas em nenhum desses casos ele perturba o cálculo. A divisão por zero é diferente.

O zero denota uma dinamização vinda do Exterior. É um sinal de fronteira, marcando a borda, onde o calculável cruza o insolúvel. Consolidado dentro da Modernidade como uma quantidade indispensável, ele retém uma qualidade liminar, que eventualmente seria explorada (embora não resolvida) pelo cálculo diferencial e integral.

A pura concepção do zero sugere uma reciprocidade estrita com o infinito, tão convincente que os maiores matemáticos da Índia antiga foram completamente seduzidos por ela. Bhaskara II (1114-1185) confiantemente afirmou que n/0 = infinito, e, no Ocidente, Leonhard Euler concordou. (A sedução persiste, com John D. Barrow escrevendo em 2001: “Divida qualquer número por zero e temos infinito.”)

Ainda assim, essa equação, que aparece como a mais profunda conclusão acessível à inteligência rigorosa, não se obtém sem contradição. “Por que?” [Kaplan novamente]

Nossos matemáticos indianos nos ajudam aqui: qualquer número vezes zero é zero – de modo que 6×0 e 17×0 = 0. Logo, 6×0 = 17×0. Se você pudesse dividir por zero, você teria (6×0)/0 = (17×0)/0, os zeros se cancelariam e 6 seria igual a 17. …Esse tipo de prova por contradição era conhecido desde a Grécia antiga. Por que ninguém na Índia deu de cara com ela neste momento, quando era necessário?

A prova de Kaplan demonstra que, para o zero, peculiarmente, a multiplicação e a divisão não são operação recíprocas. Elas ocupam um eixo que corta transversalmente um limite absoluto, perfeitamente solúvel de um lado, problemático do outro. O zero é revelado como uma porta obscura, uma junção que conecta a precisão aritmética com predicamentos filosóficos (ou religiosos), intratável para os procedimentos estabelecidos. Ao tentar reverter, de maneira normal, uma operação aritmética mundana, um sinal liminar é acionado: acesso negado.

Original.

Ciência

Esta (pt) seção de comentários entrou em uma discussão sobre ciência, de considerável complexidade e originalidade. O post em questão se focava em Heidegger, que tem ideias bem definidas sobre a ciência natural, mas essas ideias – dominadas por sua concepção de ‘ontologias regionais’ – não são especialmente dignas de nota, seja para um entendimento da preocupação principal de Heidegger ou para uma compreensão realista do empreendimento científico. Por essa razão, parece sensato recomeçar a discussão em outro lugar (aqui).

A primeira tese crucial sobre a ciência natural – ou ‘filosofia natural’ autônoma – é que ela é um fenômeno exclusivamente capitalista. A existência da ciência, enquanto realidade social efetiva, está estritamente limitada a tempos e lugares nos quais certas estruturas elementares de organização capitalista prevalecem. Ela dependente, de maneira central e definidora, de uma forma moderna de competição. Isso é dizer que não pode haver ciência sem um mecanismo social efetivo para a eliminação da falha, baseado em critérios extra-racionais, inacessíveis à captura cultural.

Se uma empresa ou teoria científica falhou não pode – em última análise – ser uma questão de concordância. Nenhuma decisão política possível, embasada na persuasão e no consenso, pode decidir a questão. Claro, muito do que se passa pelo nome de ciência e empreendimento comercial capitalista está sujeito a exatamente essas formas de resolução, mas, em tais casos, nem o capitalismo, nem a ciência está mais em operação efetiva. Se um apelo ao poder pode garantir viabilidade, o critério da competição é desativado, e a descoberta real deixou de ocorrer.

Sob condições de um processo social capitalista desencadeado, tanto empresas quanto teorias envolvem um aspecto duplo. Sua expressão semiótica é matematizada, e sua operação é testada pela realidade (ou não-politicamente performativa). A matemática elimina a retórica no nível dos sinais, comunicando os resultados experimentais – independente de qualquer exigência de concordância – que determinam a força competitiva. Não é nenhuma coincidência que empresas capitalistas e teorias, quando não suportadas por instituições compatíveis, se voltam para cumplicidade com a guerra e com a decisão militar, que as acompanharam em seu nascimento na Renascença européia. Não se pode ‘debater’ com a derrota militar. É apenas quando a exigência de um debate é deixada de lado – quando o capitalismo começa – que a compulsão realista militar se torna desnecessária.

O capitalismo está em operação onde não há nada para se discutir. Um empresa ou teoria simplesmente está falida (ou não). Se – dados os fatos – as somas não funcionam, acabou. A retórica política não tem nenhum lugar. ‘Ciência politizada’, bastante simplesmente, não é ciência, assim como a atividade empresarial politizada é anti-capitalismo. Nada foi entendido sobre qualquer um dos dois, até que isso o seja.

Na medida em que há qualquer coisa como um ‘contrato social’ na origem do capitalismo – empresa e ciência igualmente – é este: se você insistir em um debate, então vamos ter que lutar. O desempenho real é o único critério crível, para o qual nenhuma estrutura política de disputa pode ser um substituto. A guerra só se torna desnecessária quando (e onde) o debate é suspenso, permitindo que os processos modernos de descoberta empresarial e científica da realidade avancem. Quando o debate se reimpõe, politizando a economia e a ciência, a guerra reemerge, tácita mas inevitavelmente. O antigo e esquecido contrato ressurge. “Se você insistir em um debate, então vamos ter que lutar.” (Esse é o jeito de Gnon.)

É bastante natural, portanto, que a ‘tecnologia’ seja considerada um sumário adequado da cultura capitalista de descoberta. Máquinas – máquinas sociais não menos do que máquinas técnicas – não podem ser retoricamente persuadidas a funcionar. Quando a ciência realmente funciona, é guerra de robôs, na qual a decisão é estabelecida do lado de fora, para além de qualquer apelo à razão. Experimentos bem projetados antecipam o que a guerra diria, de modo que nem um debate nem uma luta seja necessária. Isto é o falsificacionismo popperiano, re-embutido na realidade sócio-histórica. Experimentos que não podem abater são lembranças imperfeitas do campo de batalha primordial.

É intrínseco à Catedral que ela ganhe todos os debates, conforme sucumbe – através da pura vontade-de-poder – à reimposição da sociologia argumentativa. Ao fazê-lo, ela destrói o capitalismo, o empreendimento e a ciência. No fim desta trajetória, ela escava o esquecido contrato social da modernidade. Sua descoberta final é a guerra.

Original.