O Acordo

A NRx repudia a política pública. Inverta isso e é a tese: A política acontece em privado.

Especificamente – enquanto filosofia política – a NRx advoga a privatização do governo. Ela faz um argumento público em favor disso, em abstrato, mas apenas para propósitos de otimização informacional e teórica. Ela não está, jamais, fazendo política em público, mas apenas pensando sobre ela sob condições de segurança mínima para a inteligência. A execução concreta da estratégia política ocorre através de acordos privados.

A moeda de troca de tais acordos foi formalizada, por Mencius Moldbug, como propriedade primária (ou soberana e fungível). Ela corresponde à conversão – seja ideal ou real – do poder coercitivo em ativos empresariais. Esta conversão é o que ‘formalismo’ significa. É uma contribuição importante para a filosofia política e para a economia política, mas é também uma posição de negociação.

Clamores por Ação! (pública) estarão sempre conosco, pelo menos até que as coisas sejam radicalmente arrumadas. Eles deveriam ser ignorados. Nenhuma ação púbica é séria.

A coisa séria é o acordo, que substitui qualquer aparência de revolução e também perpetuação de regime. A NRx das sombras – que age por fora da esfera de visibilidade pública – é um vulture fund político. Este blog não quer saber quem ou o que ela é. Seu profundo sigilo é o mesmo que sua realidade. Nossa preocupação está restrita à maneira em que ela necessariamente age, em conformidade com um princípio absoluto. Perguntamos apenas: Como o acordo tem que ser?

Em sua essência é isto: Entregue suas capacidades efetivas de preservação do regime em troca de ações de propriedade primária. A forma assim indica os outorgantes relevantes – detentores das chaves do poder coercitivo. O que está em oferta para eles, conforme a NRx se desenvolve na realidade (nas sombras), é a formalização de sua autoridade social implícita, através da emergência de um novo – definitivo ou ‘transcendental’ – meio comercial. Toda a transição neocameral é realizada através disto.
“Transforme tudo que você tem em código rigoroso, e tudo muda. Podemos ajudar com a parte técnica.”
“Por que eu deveria fazer isso?”
“Vai valer a pena.”

Este é o aspecto de vulture fund. A capacidade de poder coercitivo é sistematicamente sub-valorizada sob as condições de degeneração demótico-catedralistas, uma vez que é desperdiçada na preservação cada vez mais ineficiente de um establishment religioso insano – a Eclesiocracia Ateo-Ecumênica – e compensada de acordo, a partir dos restos carbonizados do desastre político crônico. Depois que programas sociais domésticos disfuncionais, compra de eleições e política externa jacobina foram pagos, o que resta para recompensar a governança competente?

A capacidade administrativa está escravizada à Catedral, o que quer dizer, a uma zelosa busca de objetivos impossíveis e, assim, ao desperdício acelerante. Enquanto oportunidade de negócios (“Podemos ajudar com a parte técnica”), a atratividade da deserção cresce, portanto, em proporção estrita com o triunfo do progressismo. Isto é crítico, porque os risco do limiar de transição são imensos, e o acordo tem que cobri-los.

“Todo essa governanaça complexa que você está fazendo sob circunstâncias cada vez mais ridiculas? Queremos lhe ajudar a transformá-la em um negócio.”

 

… “Você entende que você está basicamente trabalhando como um valentão da segurança de Jim Jones no momento, sim?”

A Catedral é o Templo do Povo.

Original.

O Iluminismo Sombrio, Parte 1

Parte 1: Neo-reacionários se dirigem para a saída

O Iluminismo não é apenas um estado, mas um evento, e um processo. Enquanto designação de um episódio histórico, concentrado no norte da Europa durante o século XVIII, é um dos principais candidatos ao ‘verdadeiro nome’ da modernidade, capturando sua origem e essência (‘Renascença’ e ‘Revolução Industrial’ são outros). Entre ‘iluminismo’ e ‘iluminismo progressista’, há apenas uma diferença elusiva, porque a iluminação leva tempo – e se alimenta de si mesma, porque o iluminismo é auto-confirmador, suas revelações, ‘auto-evidentes’, e porque um ‘iluminismo sombrio’ retrógrado, ou reacionário, quase equivale a uma contradição intrínseca. Tornar-se iluminado, nesse sentido histórico, é reconhecer e depois perseguir uma luz guia.

Houve eras de escuridão e, então, o iluminismo veio. Claramente, o avanço se demonstrou, oferecendo não apenas melhoria, mas também um modelo. Além disso, ao contrário de uma renascença, não há qualquer necessidade de um iluminismo relembrar o que foi perdido ou de enfatizar as atrações do retorno. O reconhecimento elementar do iluminismo já é história Whig em miniatura.

Uma vez que certas verdades iluminadas tenham sido descobertas auto-evidentes, não pode haver volta, e o conservadorismo é preventivamente condenado – predestinado – ao paradoxo. F. A. Hayek, que se recusava a se descrever como um conservador, celebremente resolveu, em vez disso, pelo termo ‘Velho Whig’, que – como ‘liberal clássico’ (ou o ainda mais melancólico ‘remanescente’) – aceita que o progresso não é o que costumava ser. O que poderia ser um Velho Whig, se não um progressista reacionário? E o que diabos é isso?

Claro, muitas pessoas já pensam que sabem com o que o modernismo reacionário se parece e, em meio ao atual colapso de volta aos anos 1930, sua preocupações só deverão crescer. Basicamente, é para isso que serve a palavra com ‘F’, pelo menos no uso progressista. Uma fuga da democracia, sob essas circunstâncias, se conforma tão perfeitamente às expectativas que elude o reconhecimento específico, aparecendo meramente como um atavismo ou uma confirmação de uma terrível repetição.

Ainda assim, algo está acontecendo e é – pelo menos em parte – alguma outra coisa. Um marco foi a discussão, em abril de 2009, hospedada no Cato Unbound, entre pensadores libertários (incluindo Patri Friedman e Peter Thiel) na qual a desilusão com a direção e as possibilidades da política democrática foi expressa com uma franqueza incomum. Thiel resumiua tendência de maneira brusca: “Eu não acredito mais que a liberdade e a democracia são compatíveis”.

Em agosto de 2011, Michael Lind postou uma réplica democrática no Salon, desenterrando uma sujeira impressionantemente fétida e concluindo:

O pavor da democracia por parte de libertários e liberais clássicos é justificado. O libertarianismo realmente é incompatível com a democracia. A maioria dos libertários deixaram claro qual dos dois eles preferem. A única questão que ainda precisa ser resolvida é por que alguém deveria dar atenção aos libertários.

Lind e os ‘neo-reacionários’ parecem estar em amplo acordo de que a democracia não é apenas (ou sequer) um sistema, mas sim um vetor, com uma direção inequívoca. Democracia e ‘democracia progressista’ são sinônimos e indistinguíveis da expansão do estado. Embora governos de ‘extrema direita’ tenham, em raras ocasiões, momentaneamente detido esse processo, sua reversão está para além dos limites da possibilidade democrática. Uma vez que ganhar eleições é esmagadoramente uma questão de comprar votos e que os órgãos informacionais da sociedade (educação e mídia) não são mais resistentes ao suborno do que o eleitorado, um político frugal é simplesmente um político incompetente, e a variante democrática do darwinismo rapidamente elimina esses desajustados do pool genético. Esta é uma realidade que a esquerda aplaude, a direita do establishment amuadamente aceita e contra a qual a direita libertária tem ineficazmente se lamentado. Cada vez mais, contudo, os libertários deixaram de se importar se alguém está lhes ‘da[ndo] atenção’ – eles têm procurado por algo inteiramente diferente: uma saída.

É uma inevitabilidade estrutural que a voz libertária seja abafada na democracia e, de acordo com Lind, ela deveria o ser. Cada vez mais libertários estão propensos a concordar. ‘Voz’ é a democracia em si, em sua estirpe historicamente dominante e rousseauísta. Ela modela o estado como uma representação da vontade popular, e se fazer ouvir significa mais política. Se votar enquanto auto-expressão massificada de povos politicamente empoderados é um pesadelo que engolfa o mundo, adicionar à confusão não ajuda. Ainda mais do que Igualdade-vs-Liberdade, Voz-vs-Saída é a crescente alternativa, e os libertários estão optando pela fuga muda. Patri Friedman observa: “pensamos que a saída livre é tão importante que a chamamos de o único Direito Humano Universal”.

Para os neo-reacionários incondicionais, a democracia não está meramente condenada, ela condena a si própria. Fugir dela se aproxima de um imperativo absoluto. A corrente subterrânea que propele essa antipolítica é reconhecivelmente hobbesiana, um iluminismo sombrio coerente, despojado desde seu princípio de qualquer entusiasmo rousseauísta pela expressão popular. Predisposto, em todo caso, a perceber as massas politicamente despertas como uma turba irracional vociferante, ele concebe a dinâmica da democratização como fundamentalmente degenerativa: sistematicamente consolidando e exacerbando vícios, ressentimentos e deficiências privadas até que atinjam o nível de criminalidade coletiva e corrupção social abrangente. O político democrático e o eleitor estão unidos por um circuito de incitação recíproca, no qual cada lado leva o outro a extremos cada vez mais desavergonhados de canibalismo que vaia e se pavoneia, até que a única alternativa ao gritar seja ser comido.

Onde o iluminismo progressista vê ideais políticos, o iluminismo sombrio vê apetites. Ele aceita que os governos são feitos de pessoas e que elas vão comer bem. Colocando suas expectativas tão baixo quanto razoavelmente possível, ele busca apenas poupar a civilização do deboche frenético, ruinoso, guloso. De Thomas Hobbes a Hans-Herman Hoppe e além, ele pergunta: Como o poder soberano pode ser impedido – ou pelo menos dissuadido – de devorar a sociedade? Ela consistentemente acha as ‘soluções’ democráticas para este problema risíveis, na melhor das hipóteses.

Hoppe advoga uma ‘sociedade de lei privada’ anarco-capitalista, mas, entre monarquia e democracia, ele não hesita (e seu argumento é estritamente hobbesiano):

Como um monopolista hereditário, um rei considera o território e o povo sob seu jugo como sua propriedade pessoal e se engaja na exploração monopolista desta “propriedade”. Sob a democracia, o monopólio e a exploração monopolista não desaparecem. Antes, o que acontece é isto: em vez de um rei e uma nobreza que consideram o país como sua propriedade privada, um zelador temporário e permutável é colocado como encarregado monopolista do país. O zelador não é dono do país, mas enquanto ele estiver no cargo, permite-se que ele o use para vantagem sua e de seus protegidos. Ele é dono seu uso corrente – usufruto – mas não seu capital social. Isso não elimina a exploração. Pelo contrário, torna a exploração menos calculista e a faz ser executada com pouca ou nenhuma consideração pelo capital social. A exploração se torna míope e o consumo de capital será sistematicamente promovido.

Agentes políticos investidos com autoridade transiente por sistemas democráticos multipartidários têm um incentivo esmagador (e demonstravelmente irresistível) de pilhar a sociedade com as maiores rapidez e abrangência possíveis. Qualquer coisa que eles negligenciem roubar – ou ‘deixem na mesa’ – provavelmente será herdada por sucessores políticos a quem não apenas não são conectados, mas, na verdade, se opõem, e que podem, portanto, esperar que utilizem todos os recursos disponíveis em detrimento de seus adversários. O que quer que seja deixado para trás se torna uma arma na mão do seu inimigo. Melhor, então, destruir tudo que não possa ser roubado. Da perspectiva de um político democrático, qualquer tipo de bem social que não seja nem diretamente apropriável, nem atribuível à (sua própria) política partidária é puro desperdício e não conta de nada, ao passo que o infortúnio social mais grave – contanto que possa ser atribuído a uma administração anterior ou adiado até uma subsequente – figura nos cálculos racionais como uma óbvia bênção. As melhorias tecno-econômicas de longo alcance e a acumulação associada de capital cultural que constituíam o progresso social em seu sentido antigo (Whig) não são o interesse político de ninguém. Uma vez que a democracia floresça, eles enfrentam a ameaça imediata de extinção.

A civilização, enquanto processo, é indistinguível da preferência temporal decrescente (ou preocupação declinante com o presente em comparação ao futuro). A democracia, que tanto em teoria quanto no fato histórico evidente acentua a preferência temporal ao ponto de um frenesi alimentício convulsivo, está, assim, tão próxima de uma negação precisa da civilização quanto qualquer coisa poderia estar, aquém de um colapso social instantâneo em barbarismo assassino ou apocalipse zumbi (ao qual ela eventualmente leva). Conforme o vírus democrático queima por entre a sociedade, hábitos e atitudes laboriosamente acumulados de investimento prospectivo, prudente, humano e industrial são substituídos por um consumismo estéril e orgiástico, incontinência financeira e um circo político de ‘reality show’. O amanhã poderia pertencer ao outro time, então é melhor comer tudo agora.

Winston Churchill, que observou, em estilo neo-reacionário, que “o melhor argumento contra a democracia é uma conversa de cinco minutos com o eleitor médio”, é melhor conhecido por sugerir “que a democracia é a pior forma de governo exceto todas as outras que foram tentadas”. Embora nunca exatamente conceda que “OK, a democracia é uma merda (na verdade, ela realmente é uma merda), mas qual é a alternativa?”, a implicação é óbvia. O teor geral desta sensibilidade é atraente para os conservadores modernos, porque ressoa com sua aceitação irônica e desiludida da deterioração civilizacional implacável e com a apreensão intelectual associada do capitalismo como um arranjo social padrão pouco apetitoso, mas ineliminável, que permanece após todas as alternativas catastróficas ou meramente impraticáveis terem sido descartadas. A economia de mercado, neste entendimento, não é mais do que uma estratégia espontânea de sobrevivência que se costura em meio às ruínas de um mundo politicamente devastado. As coisas provavelmente só vão ficar piores para sempre. E assim vai.

Então, qual é a alternativa? (Certamente não faz qualquer sentido vasculhar a década de 1930 em busca de uma.) “Você consegue imaginar uma sociedade pós-demotista do século XXI? Uma que se via como se recuperando da democracia, da mesma forma em que o leste europeu se vê como se recuperando do Comunismo?” pergunta o Lord Sith supremo dos neo-reacionários, Mencius Moldbug. “Bem, eu suponho que isso lhe torna um de nós.”

As influência formativas de Moldbug são austro-libertárias, mas isto está acabado. Como ele explica:

…os libertários não conseguem apresentar uma figura realista de um mundo no qual sua batalha é vencida e permanece vencida. Ele acabam procurando maneiras de empurrar um mundo, no qual o caminho natural ladeira abaixo do Estado  é crescer, de volta ladeira acima. Este prospecto é sisifista, e é compreensível porque atrai tão poucos apoiadores.

Seu despertar para a neo-reação vem com o reconhecimento (hobbesiano) de que soberania não pode ser eliminada, enjaulada ou controlada. Utopias anarco-capitalistas não podem nunca condensar a partir da ficção científica, poderes divididos fluidamente se reúnem novamente como um Exterminador despedaçado, e constituições têm exatamente tanta autoridade real quanto um poder interpretativo soberano as permite ter. O estado não vai a lugar nenhum porque – para aqueles que o operam – ele vale demais para se desistir e, enquanto instanciação concentrada da soberania na sociedade, ninguém pode fazê-lo fazer nada. Se o estado não pode ser eliminado, Moldbug argumenta, pelo menos ele pode ser curado da democracia (ou mau governo sistemático e degenerativo), e a maneira de fazer isso é formalizá-lo. Esta é uma abordagem que ele chama de ‘neo-cameralismo’.

Para um neocameralista, um estado é um negócio que é dono de um país. Um estado deveria ser gerido, como qualquer outro grande negócio, dividindo-se a propriedade lógica em ações negociáveis, cada uma das quais rende um fração precisa do lucro do estado. (Um estado bem administrado é muito lucrativo.) Cada ação tem um voto, e os acionistas elegem um conselho que contrata e demite gerentes.
Os clientes deste negócio são seus residentes. Um estado neocameralista gerido lucrativamente, como qualquer negócio, servirá a seus clientes de maneira eficiente e efetiva. Mau governo é igual a mau gerenciamento.

Primeiramente, é essencial esmagar o mito democrático de que um estado ‘pertence’ aos cidadãos. O ponto do neo-cameralismo é comprar as partes interessadas no poder soberano, para não perpetuar mentiras sentimentais sobre o direito das massas ao voto. A menos que a propriedade do estado seja formalmente transferida para as mãos de seus reais governantes, a transição neo-cameral simplesmente não ocorrerá, o poder continuará nas sombras, e a farsa democrática continuará.

Assim, em segundo lugar, a classe dominante deve ser plausivelmente identificada. Deveria ser imediatamente notado, em contra-distinção aos princípios marxistas da análise social, que essa não é a ‘burguesia capitalista’. Logicamente, não pode ser. O poder da classe empresarial já está sempre claramente formalizado, em termos monetários, de modo que a identificação do capital com o poder político é perfeitamente redundante. É necessário perguntar, em vez disso, a quem os capitalistas pagam por favores políticos, quanto estes favores potencialmente valem, e como a autoridade de concedê-los está distribuída. Isto requer, com um mínimo de irritação moral, que toda a paisagem social do suborno político (‘lobby’) seja mapeada de maneira exata e que os privilégios administrativos, legislativos, judiciais, midiáticos e acadêmicos acessados por tais subornos sejam convertidos em ações fungíveis. Na medida em que vale a pena subornar os eleitores, não há qualquer necessidade de excluí-los inteiramente deste cálculo, embora sua porção de soberania seja estimada com o escárnio apropriado. A conclusão deste exercício é o mapeamento de uma entidade governante que é a instância verdadeiramente dominante do regime democrático. Moldbug a chama de a Catedral.

A formalização dos poderes políticos, em terceiro lugar, permite a possibilidade do governo efetivo. Uma vez que o universo da corrupção democrática seja convertido em uma participação acionária (livremente transferível) na gov-corp, os donos do estado podem iniciar a governança corporativa racional, começando com o apontamento de um CEO. Como com qualquer negócio, os interesses do estado estão agora formalizados de maneira precisa como maximização do valor acionário de longo prazo. Não há mais qualquer necessidade de que os residentes (clientes) tenham qualquer interesse em qualquer política que seja. Na verdade, fazê-lo seria exibir tendências semi-criminosas. Se a gov-corp não entrega um valor aceitável por seus impostos (aluguel soberano), eles podem notificar sua função de serviço ao consumidor e, se necessário, levar sua clientela para outro lugar. A gov-corp deveria se concentrar em operar um país eficiente, atraente, vital, limpo e seguro, de um tipo que seja capaz de atrair clientes. Nenhuma voz, saída livre.

…embora a abordagem neocameralista completa nunca tenha sido tentada, seus equivalentes históricos mais próximos desta abordagem são a tradição do século XVIII de absolutismo iluminado, como representado por Frederico, o Grande, e a tradição não-democrática do século XXI, como visto em fragmentos perdidos do Império Britânico, tais como Hong Kong, Singapura e Dubai. Estes estados parecem fornecer uma qualidade bastante alta de serviço a seus cidadãos, sem qualquer democracia significativa que seja. Eles têm níveis mínimos de crime e altos níveis de liberdade pessoal e econômica. Eles tendem a ser bastante prósperos. Eles são fracos apenas em liberdade política, e liberdade política é desimportante por definição quando o governo é estável e efetivo.

Na antiguidade europeia clássica, a democracia era reconhecida como uma fase familiar de desenvolvimento político cíclico, fundamentalmente decadente em natureza e preliminar a uma descida à tirania. Hoje, este entendimento clássico está completamente perdido e foi substituído por uma ideologia democrática global, carecendo inteiramente de auto-reflexão, que é afirmada, não como uma tese social-científica crível ou sequer como uma aspiração popular espontânea, mas sim como uma crença religiosa, de um tipo específico e historicamente identificável:

…uma tradição recebida que eu chamo de Universalismo, que é um secto cristão não-teísta. Alguns outros rótulos atuais para esta mesma tradição, mais ou menos sinônimos, são progressismo, multiculturalismo, liberalismo, humanismo, esquerdismo, politicamente correto e similares. …o Universalismo é o ramo moderno dominante do cristianismo na linha calvinista, tendo evoluído a partir da tradição inglesa dissidente ou puritana, através dos movimentos Unitário, Transcendentalista e Progressista. Seu espinhoso caminho ancestral também inclui alguns raminhos laterais que são importantes o suficientes para nomear, mas cuja ancestralidade cristã é ligeiramente mais bem dissimulada, tais como o laicismo rousseauviano, o utilitarismo benthamita, o judaísmo reformado, o positivismo comteano, o idealismo alemão, o socialismo científico marxista, o existencialismo sartreano, o pós-modernismo heideggeriano, etc, etc, etc. …o Universalismo, em minha opinião, é melhor descrito como um culto dos mistérios do poder. …É tão difícil imaginar o Universalismo sem o Estado quanto a malária sem o mosquito. …O ponto é que esta coisa, como quer que você se importe de chamá-la, tem pelo menos duzentos anos de idade e provavelmente algo como quinhentos. É basicamente a própria Reforma. …E simplesmente despertar para ela e a denunciar como má tem tanta probabilidade de funcionar quanto processar Shub-Niggurath no tribunal de pequenas causas.

Para compreender o aparecimento de nosso predicamento contemporâneo, caracterizado pela expansão implacável e totalizante do estado, pela proliferação de ‘direitos humanos’ positivos espúrios (reivindicações sobre os recursos de outros apoiados por burocracias coercitivas), dinheiro politizado, temerárias ‘guerras pela democracia’ evangélicas e controle abrangente do pensamento, arranjado em defesa do dogma universalista (acompanhado pela degradação da ciência em uma função de relações públicas do governo), é necessário se perguntar como Massachusetts veio a conquistar o mundo, como Moldbug o faz. Com cada ano que passa, o ideal internacional da boa governança se encontra aproximando-se mais intima e rigidamente dos padrões estabelecidos pelos departamentos de Estudos das Reclamações das universidades da Nova Inglaterra. Esta é a divina providência dos ranters e dos levelers, elevada a uma teleologia planetária e consolidada como o reino da Catedral.

A Catedral substituiu com seu evangelho tudo que conhecíamos. Considere apenas as preocupações expressas pelos pais fundadores da América (compilado pelo comentário #1 do ‘Liberty-clinger’ aqui):

Uma democracia não é nada mais do que o domínio da turba, onde 51% das pessoas podem retirar os direitos dos outros 49%. – Thomas Jefferson

A democracia são dois lobos e um cordeiro votando sobre o que comer no almoço. A liberdade é um cordeiro bem armado contestando o voto! – Benjamin Franklin

A democracia nunca dura muito. Ela logo desperdiça, exaure e se assassina. Nunca houve uma democracia, até hoje, que não tenha cometido suicídio. – John Adams

As democracias sempre foram espetáculos de turbulência e contenção; sempre foram descobertas incompatíveis com a segurança pessoal ou os direitos de propriedade; e, em geral, foram tão curtas em suas vidas quanto foram violentas em sua morte. – James Madison

Somos um Governo Republicano, a Real liberdade nunca é encontrada no despotismo ou nos extremos da democracia… foi observado que uma democracia pura, se fosse praticável, seria o governo mais perfeito. A experiência provou que nenhuma posição é mais falsa do que esta. As antigas democracias, na quais as próprias pessoas deliberavam, nunca possuíram uma boa característica de governo. Seu próprio caráter era a tirania… – Alexander Hamilton

Mais sobre votar com seus pés (e do gênio incandescente de Moldbug), a seguir…

Nota adicionada (7 de Março):

Não confie na atribuição da citação de ‘Benjamin Franklin’ acima. De acordo com Barry Popik, o ditado provavelmente foi inventado por James Bovard em 1992. (Bovard observa, em outro lugar: “Há poucos erros mais perigosos no pensamento político do que igualar a democracia à liberdade”.)

Original.

Nota Fragmentada (#13)

Sim, o artigo da Baffer foi comicamente ruim. O título lhe diz tudo que você precisa saber sobre o nível de seu tom. Aparentemente, a NRx tem sede em São Francisco e Xangai porque ela odeia pessoas asiáticas, mas se ela apenas lesse um pouco de Rawls (e “desempenhasse o papel do camponês”), ela poderia se ajustar. Nydrwracu tem a resposta mais apropriada. Mike Anissimov se dá ao trabalho de fazer uma análise decente. Os breves comentários de Klint Finley sobre ele são bem melhores que o próprio artigo. Estereótipos crus triunfam novamente: “The Baffler Foundation Inc., P.O. Box 390049, Cambridge, Massachusetts 02139 USA”.

A construção sociológica da neorreação foi incompetente, mas de maneira interessante. Inteiramente tecno-comercialista em orientação, com uma ênfase no Vale do Silício, ela se estendeu para incluir Justine Tunney, Balaji Srinivasan, Patri Friedman e Peter Thiel. O quadro que ela pinta borra, de uma elite tecnológica americana se descolando para dentro da neorreação, não é muito convincente, mas por certo é extraordinariamente atraente.

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Provavelmente vale a pena ser explícito sobre o fato de que, para a variedade tecno-comercial da NRx, o modelo de ação é o que as companhias de tecnologia avançada fazem. O clamor por ‘ação’ está sempre se levantando em nossa sombria comunidadezinha, com a implicação que a única alternativa para algum tipo de preparação de golpe é tweetar sobre metafísica. Na verdade, a alternativa à politickagem é fazer coisas ou – secundariamente – operar uma interferência ideológica em nome daqueles que são capazes de fazer coisas.

Os problemas páticos da governança policêntrica estão rapidamente se tornando inextricáveis da tecnologia emergente – criptosistemas de blockchain mais proeminentemente. A ideia de que a vanguarda da ação efetiva vai ser encontrada fora da esfera da inovação tecnológica já é claramente insustentável. Qualquer tipo de ‘ação social’ que não contribua bastante diretamente para a criação de maquinário autonomizante precisa ser firmemente desencorajada, uma vez que é quase certamente inibitória em efeito. (“Bastante diretamente” significa dentro de dois ou três passos inteligíveis, no máximo.)

O principal papel (positivo) de intelectuais não-tecnológicos é manter os intelectuais fora do poder. O principal papel (positivo) das multidões é se envolver em tão pouca ação quanto possível. Se você não é Satoshi Nakamoto, a simples realidade da situação é que – no grande esquema das coisas – você não importa muito, nem deveria. (E, quanto menos parecido com Satoshi Nakamoto você for, menos você importa.)

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Este blog novo está trabalhando duro para elevar o nível da discussão. O fato de que ainda é tão difícil dizer aonde ele está indo é um forte ponto a seu favor.

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Estranheza.

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Evola está começando a assustar as pessoas. Talvez alguém que saiba seu caminho em torno deste material pudesse ajudar a esclarecer um fonte de confusão: O fatalismo histórico de Evola não é o exato oposto de um ‘chamado à ação’? Como, então, a estirpe evolana da NRx ficou tão firmemente associada com a exortação ativista?

ADICIONADO: Mais críticas vinda dos comunistas. (A NRx como “quadros de apirantes [do Vale do Silício] a Führers do pensamento… trabalhando em novas teorias de Darwinismo Social racista, reforçadas pelas moda do Malthusianismo entre os superricos”.) Seria útil se eles conseguissem fazer sua guerra de classes funcionar, uma vez que era aceleraria a corrida para as saídas, mas de certa forma duvido que são capazes disso.

ADICIONADO: Corey “eu não gosto de comentários” Pein posta algumas resposta ao seu artigo (d.m.).

ADICIONADO: A melhor ‘crítica’ até o momento.

Original.

Frieza

‘Coincidentemente’, uma série de estímulos nas mídias sociais, aparentemente não relacionados, conspiraram para relembrar isto hoje:

political-triangle

Nota: “Políticas mais próximas de mim” vem do criador original deste diagrama (ainda não estou certo de que é esse). As políticas mais próximas de mim estão localizadas no canto direito superior da caixa cinza, onde ela desaparece na escuridão do Lá Fora.

Para constar, estes tweets foram as principais tenazes:

(Demorei um tempo para fazer a conexão)

Há mais um link – também do Twitter – em relação à acusação de que o Anarco-Capitalismo e o Neocameralismo são ‘Utópicos’. Não vou reproduzi-lo aqui, porque foi mais longo e mais envolvido. O ponto relevante é que ambas estas ‘posições’ podem ser interpretadas ou como ideais, e, portanto, de fato, vulneráveis à críticas por seu Utopismo, ou como quadros analíticos frios, que capturam o o que existe, de uma maneira que aumenta sua tratabilidade teórica. O darwinismo não é nem um pouco diferente a este respeito.

Qualquer um que seja um Darwinista Cósmico certamente vai ser uma Darwinista Social, a menos que tenha um problema de consistência cognitiva. Quando um darwinista observa uma má adaptação, ela não é vista como um buraco teórico, mas sim como a base para uma previsão. Pode-se esperar que o que quer que não consiga se reproduzir efetivamente não vá se reproduzir com sucesso. Se aventuras na recomendação de políticas daí se seguem, elas são estritamente secundárias. O que é primário é simples. A realidade rege.

Este blog é, claro, completamente Darwinista Social neste sentido (e provavelmente também em quaisquer outros que estejam disponíveis). As dinâmicas de variação e seleção são insuperáveis. O que quer que busque se afastar delas falhará. A supressão, seja da variação ou da seleção, é intrinsecamente mal adaptada ao cosmos. A maximização de funções interligadas de experimentação e erradicação do erro é o único valor ao qual a natureza última das coisas se subscreve. Qualquer coisa que funcione compreende isso e vai com sua semente. Qualquer coisa que não funcione é objetivamente insana. Não é especialmente difícil, exceto pelo fato de que não nos oferece nada além da (fria) verdade.

O darwinismo define a Direita derradeira (transcendental) (neste sentido e neste)? O capitalismo como socioeconomia darwiniana, a BDH como antropologia darwiniana, os Deuses dos Cabeçalhos de Cadernos como história cultural darwiniana…? Eu não consigo nem imaginar como isso poderia não ser assim.

Original.

Fins Econômicos

“Os economistas estão certos sobre a economia, mas há mais vida para além da economia”, twita Nydwracu, com aspas já adicionadas. Se os economistas estão certos sobre a economia depende muito dos economistas, e aqueles que estão mais certos são aqueles que fazem menos alegações de compreensão, mas este é um outro tópico que não o que será perseguido neste post. É a segunda parte da frase que importa aqui e agora. A questão orientadora: A esfera econômica pode ser rigorosamente delimitada e, assim, suplantada pela razão moral-política (e instituições sociais associadas)?

Já é cortejar a má-compreensão perseguir esta questão em termos de ‘economia’, que é (por profundas razões históricas) dominada pela macroeconomia – isto é, um projeto intelectual orientado para a facilitação do controle político sobre a economia. A este respeito, a linha tecno-comercial da Neorreação é distintivamente caracterizada por uma aversão radical à economia, enquanto complemento previsível para o seu apego à economia não controlada (ou laissez-faire). Não é a economia que é o objeto primário de controvérsia, mas o capitalismo – a economia livre, autônoma ou não-transcendida.

Essa questão é uma fonte de tensão dinâmica dentro da Neorreação, que eu espero ser um grande estímulo à discussão ao longo deste ano. Em minha estimativa, os polos de controvérsia são marcados por este post de Michael Anissimov em More Right (entre outros), e este post aqui (entre outros). Muitos outros escritos relevantes sobre o tópico dentro da reactosfera me parecem significantemente mais restritos (Anarchopapist; Amos & Gromar…), ou menos resolutos em seus comprometimentos conceituais (Jim) e, assim, – em geral – menos direcionados ao estabelecimento de fronteiras. Isto é sugerir – com alguma cautela – que More Right e este blog balizam as alternativas extremas que estruturam o terreno de dissenso sobre essa questão em particular. (Em si, esta é uma alegação tendenciosa, aberta a contra-argumentação e retificação).

Então, qual é o terreno do conflito vindouro? Ele inclui (em ordem aproximada de prioridade intelectual):

– Uma avaliação do modelo Neocameral e de seu legado dentro da Neorreação. Esta é a estrutura teórica ‘de entrada’ através da qual libertários passam para dentro do realismo neorreacionário, marcado por uma ambiguidade fundamental entre um economismo abrangente (que determina a soberania como um conceito proprietarista) e temas monarquistas supra-econômicos. Toda a discussão poderia, talvez, ser efetivamente empreendida como comentários sobre o Neocameralismo e sobre o que resta dele.

– Um formulação rigorosa de teleologia dentro da Neorreação, que refine o aparato conceitual de nível meta através do qual meios-e-fins, instrumentalidade tecno-economia, estratégia, propósito e valores dominantes são concretamente entendidos. Este é um forte candidato para o nível mais alto de articulação filosófica exigido pelo sistema de ideias neorreacionárias. (Da perspectiva deste blog, seria esperado, incidentalmente, que ela subsumisse todas as considerações da filosofia moral – e especialmente uma substituição completa do utilitarismo por um alternativa intrinsecamente neorreacionária – mas não vou presumir que esta seja uma posição incontroversa, mesmo entre nós.)

– Inextricáveis, em última análise, do anterior (na realidade), mas provisoriamente distinguidos por propósitos analíticos, são os tópicos teleonômicos de emergência / ordem espontânea, coordenação não planejada, evolução de sistemas complexos e dissipação de entropia. A supremacia intelectual destes conceitos define a direita, do lado da tradição libertária. Esta supremacia deve agora ser usurpada (pela ‘hierarquia’ ou alguma alternativa)? Se sim, não é uma transição a ser sofrida casualmente. A posição deste blog: qualquer transição dessas seria uma drástica regressão cognitiva e insustentável, de maneira tanto teórica quanto prática.

– A filosofia da guerra, que está posicionada de maneira crível para envolver todas as ideias neorreacionárias e até mesmo para convertê-las em alguma outra coisa. (Não é nenhuma coincidência que Moldbug, assim como os libertários, axiomatize o imperativa da paz – mesmo às custas do realismo.) A guerra é realidade histórica em estado bruto, e seus desafio não podem ser evadidos indefinidamente.

– Cosmopolitismo. A ênfase na saída implica fortemente em uma crise da lealdade tradicional, de enorme consequência. Há muito mais a ser dito sobre isto, de ambos os lados.

– Aceleracionismo. Ainda não uma preocupação Neorreacionária reconhecida, mas talvez destinada a se tornar uma. Enquanto pura expressão da teleologia capitalista, sua intrusão no argumento se torna quase inevitável.

– Bitcoin…

Um ponto conciliatório, por ora (está tarde): A Neorreação não tem menos cola do que fissão interna, e isto é descrito sobretudo pelo tema da secessão (geografia dinâmica, governo experimental, fragmentação…) More Right não é anti-capitalista e este blog não é anti-monárquico, contanto – em cada caso – que opções de saída efetivas sustentem a diversidade de regimes. Conforme essa controvérsia se desenvolver, a importância do impulso secessionista apenas se fortalecerá como ponto de convergência.

Michael Anissimov twita: “Em vez de fazer uma eleição em 2016, os Estados Unidos deveriam voluntariamente se abolir e se dividir em cinco pedaços”. A este respeito, este blog é incondicionalmente Anissimovita.

Original.

Meta-Neocameralismo

Primeira coisa: “Meta-Neocameralismo” não é nada novo e certamente não é nada pós-Moldbugiano. Não é mais do que o Neocameralismo apreendido em seus aspectos mais abstratos, através da cunhagem de um termo provisório e dispensável. (Ele permite um acrônimo que não leva a confusões com a Carolina do Norte, ao passo que encoraja confusões bastante diferentes, que eu estou fingindo não notar.)

De maneira local (a este blog), o “meta-” é a marca de um prolegômeno a uma discussão disciplinada sobre o Neocameralismo, que tem que ocorrer mais tarde. Sua abstração é introdutória, de acordo com algo que ainda deve ser recomeçado, ou reanimado, em detalhe. (Para os detalhes, fora o cânone de Moldbug em si, olhe aqui.)

A excelente seção de comentários aqui (pt) fornece pelo menos algumas indicações cruciais:

nydwracu (23/03/2014 at 6:47 pm): O Neocameralismo não responde a questões como essa [sobre as especificidades da organização social]; em vez disso, ele é um mecanismo para responder questões como essa. … Você pode perguntar “a Coca é considerada melhor do que a RC Cola?” ou você pode instituir o capitalismo e descobrir. Você pode perguntar “estados etno-nacionalista são considerados melhores do estados mistos?” ou você pode instituir o patchwork e descobrir. …

RiverC (23/03/2014 at 3:44 am): O Neo-cameralismo é, se visto nesta luz, um ‘sistema de sistemas políticos’, ele não é um sistema político, mas um sistema para se implementar sistemas políticos. Claro, o mesmo cara que o propôs também inventou um sistema operacional (um sistema para se implementar sistemas de software.)

O MNC, então, não é uma prescrição política, por exemplo, um ideal social alinhado com as preferências tecno-comercialistas. Ele é um framework intelectual para se examinar sistemas de governança, teoricamente formalizados como disposições de propriedade soberana. A formalização social de tais sistemas, que Moldbug também promove, pode ser colocada em parênteses no MNC. Não estamos, neste estágio, considerando o modelo de uma ordem social desejável, mas sim o modelo abstrato de ordem social em geral, apreendido radicalmente – na raiz – onde ‘governar’ e ‘possuir’ carecem de significados distintos. A propriedade soberana é ‘soberana’ e ‘primária’ porque ela não é meramente uma reivindicação, mas uma posse efetiva. (Há muito mais a vir, em posts posteriores, sobre o conceito de propriedade soberana, algumas meditações preliminares aqui.)

Uma vez que o MNC é um artigo extremamente poderoso de tecnologia cognitiva, capaz de resolver problemas em uma série de níveis distintos (em princípio, uma série ilimitada), ele é esclarecido através da segmentação em uma cascata de abstração. Descer por estes níveis adiciona concretude e inclina-se incrementalmente em direção a julgamentos normativos (emoldurados pelo imperativo hipotético do governo efetivo, como definido dentro da cascata).

(1) O nível mais alto de significância prática (uma vez que a teologia do MNC não precisa nos atrasar) já foi tocado. Ele se aplica a regimes sociais de todo tipo concebível, assumindo apenas que um modo sistemático de reprodução de propriedade soberana caracterize cada um de maneira essencial. O poder é econômico, independente de sua relação com as convenções modernas de transação comercial, porque ele envolve a disposição de uma quantidade real (mesmo que obscura), que está sujeita a aumento ou diminuição ao longo do curso cíclico de sua mobilização. População, território, tecnologia, comércio, ideologia e inúmeros outros fatores heterogêneos são componentes da propriedade soberana (poder), mas seu caráter econômico é garantido pela possibilidade – e, na verdade, necessidade – de compromissos mais ou menos explícitos e cálculos de custo-benefício, sugerindo uma fungibilidade original (mesmo que germinal), que é meramente coerência aritmética. Isto é pressuposto por qualquer estimativa de crescimento ou declínio, sucesso ou falha, fortalecimento ou enfraquecimento, do tipo exigido não apenas pela análise histórica, mas também até mesmo pela mais elementar competência administrativa. Sem uma economia implícita de poder, nenhuma discriminação poderia ser feita entre melhoria e deterioração, e nenhuma ação dirigida à primeira seria possível.

A reprodução cíclica efetiva do poder tem um critério externo – sobrevivência. Não está aberto a nenhuma sociedade ou regime decidir por si mesmo o que funciona. Seu entendimento inerente de sua própria economia de poder é uma medida complexa, que afere uma relação com o lado de fora, cujas consequências são vida e morte. Incorporada na ideia de propriedade soberana desde o princípio, portanto, está uma acomodação à realidade. Fundamental ao MNC, no nível mais alto de análise, é a compreensão de que o poder é restrito primordialmente. Do Lado de Fora estão os lobos, servindo como o flagelo de Gnon. Mesmo o maior de todos os Deuses-Reis imagináveis – o incrível Fnargl incluso – tem, em última análise, que descobrir consequências, em vez de inventá-las. Não há princípio mais importante que este.

A entropia será dissipada, a estupidez será punida, os fracos morrerão. Se o regime se recursar a se curvar a esta Lei, os lobos irão aplicá-la. O Darwinismo Social não é uma escolha que as sociedades podem fazer, mas um sistema de consequências reais que lhes engloba. O MNC é articulado no nível – que não pode ser transcendido – em que o realismo é obrigatório para qualquer ordem social. Aquelas incapazes de criá-lo, através do governo efetivo, o receberão mesmo assim, nas severas tempestades de Nêmesis. A ordem não é definida dentro de si mesma, mas pela Lei do Lado de Fora.

Neste nível mais alto de abstração, portanto, quando se pergunta ao MNC “em que tipo de regimes você acredita?”, a única resposta apropriada é “aqueles compatíveis com a realidade”. Toda sociedade conhecida pela história – e outras além – tem um economia funcional de poder, pelo menos por um tempo. Nada mais além disso é necessário para que o MNC lhes assuma como objetos de investigação disciplinada.

(2) Sabendo que o realismo não é um regime opcional de valor, somos capazes de proceder abaixo na cascata do MNC, com a introdução de uma segunda suposição: Civilizações buscarão professores mais gentis do que os lobos. Se for possível adquirir algum entendimento sobre o colapso, isso será preferido à experiência do colapso (uma vez que os lobos tiverem retirado os ineducáveis da história).

Tudo a que se pode sobreviver é potencialmente educacional, mesmo um espancamento pelos lobos. O MNC, contudo, como seu nome sugere, tem razão para estar atento especialmente à lição mais abstrata do Lado de Fora – a prioridade (lógica) do meta-aprendizado. É bom descobrir a realidade, antes – ou, pelo menos, não muito mais tarde – de a realidade nos descobrir. Civilizações duráveis não meramente sabem de coisas, elas sabem que é importante saber coisas e absorver informação realista. Regimes – dispondo de propriedade soberana – têm uma especial responsabilidade de instanciar esta dêutero-cultura de aprender-a-aprender, que é necessária para o governo inteligente. Esta é uma responsabilidade que eles tomam sobre si mesmo porque é exigido pelo Lado de Fora (e mesmo em seu requinte, ainda cheira a lobo).

O poder está sob tal compulsão a aprender sobre si mesmo que a recursão, ou intelectualização, pode ser assumida. O poder é selecionado para se restringir, o que ele não pode fazer sem um aumento em formalização, e isto é uma questão – como veremos – de imensas consequências. Por necessidade, ele aprende-a-aprender (ou morre), mas estão lição introduz um fator trágico crítico.

A tragédia do poder é em grande parte coincidente com a modernidade. Não é um tópico simples, e, desde o princípio, dois elementos em particular exigem atenção explícita. Primeiramente, ele encontra a aterrorizante verdade (de segunda ordem) de que o aprendizado prático é irredutivelmente experimental. Ao se tornar ‘meta’, o conhecimento se torna científico, o que significa que a falha não pode ser precluída através da dedução, mas tem que ser incorporada no maquinário do próprio aprendizado. Nada que não possa dar errado é capaz de ensinar qualquer coisa (mesmo a acumulação de verdades lógicas e matemáticas exige tentativa-e-erro cognitivo, aventuras em becos sem saída e a perseguição de intuições enganadoras). Em segundo lugar, ao se tornar cada vez mais formalizada e cada vez mais fungível, a disposição de poder soberano atinge uma elevada liquidez. Agora é possível que o poder se venda, e uma explosão de barganha social resulta. O poder pode ser trocado por (‘mera’) riqueza, ou por paz social ou canalizado para formas sem precedentes de regimes radicais de filantropia / sacrifício religioso. Combine esses dois elementos, e está claro que regimes entram na modernidade ’empoderados’ por novas capacidades para a auto-dissolução experimental. Vender a autoridade para as massas em troca de promessas de bom comportamento? Por que não dar uma chance?

O MNC no Estágio-2 da Cascata, desta maneira, assume (realisticamente) um mundo em que o poder se tornou uma arte de experimentação, caracterizado por calamidades sem precedentes em uma escala colossal, ao passo que a economia de poder e a economia tecno-comercial foram radicalmente de-segmentadas, produzindo um sistema único, irregular, mas incrementalmente suavizado de valor social trocável, ondulando sempre para fora, sem limite firme. A organização sociopolítica e a organização corporativa ainda são distinguidas por marcadores de status tradicional, mas não são mais estritamente diferenciáveis por função essencial.

O negócio moderno do governo não é ‘meramente’ negócios apenas porque ele permanece mal formalizado. Como a discussão anterior sugere, isto indica que pode se esperar que a integração econômica se aprofunde, conforme a formalização do poder proceda. (Moldbug busca acelerar este processo.) Uma suposição inercial de esferas ‘pública’ e ‘privada’ distintas é rapidamente perturbada por redes de troca em espessamento, que permutam procedimentos administrativos e pessoal, financiam ambições políticas, gastam recursos políticos em esforços comerciais de lobby, trocam ativos econômicos por favores políticos (denominados em votos) e, em geral, consolidam um reservatório vasto e altamente líquido de valor anfibiamente ‘corporacrático’, indeterminável entre ‘riqueza’ e ‘autoridade’. A interconversibilidade riqueza-poder é uma índice confiável da modernidade política.

O MNC não decide que o governo deveria se torna um negócio. Ele reconhece que o governo se tornou um negócio (que lida com quantidades fungíveis). Contudo, ao contrário de empreendimentos comerciais privados, que dissipam entropia através de falências e reestruturação dirigida ao mercado, os governos são confiavelmente os negócios pior administrados em suas respectivas sociedades, funcionalmente aleijados por modelos organizacionais defeituosos e estruturalmente desonestos, exemplificados mais proeminentemente pelo princípio democrático: o governo é um negócio que deveria ser administrado por seus clientes (mas, na verdade, não pode ser). Tudo neste modelo que não é uma mentira é um erro.

No segundo nível (descendente) de abstração, então, o MNC ainda não está recomendando nada além de clareza teórica. Ele propõe:
a) O poder está destinado a chegar a processos experimentais de aprendizado
b) Conforme ele aprende, ele se formaliza e se torna mais fungível
c) Experimentos em poder fungível estão vulneráveis a erros desastrosos
d) Tais erros de fato já ocorreram, de uma forma semi-total
e) Por razões históricas profundas, a organização empresarial tecno-comercial emerge como o modelo proeminente para entidades governamentais, tanto quanto para qualquer agente econômico composto. É em termos deste modelo que a disfunção política moderna pode ser tornada (formalmente) inteligível.

(3) Pegue o elevador de abstração do MNC para baixo mais um nível, e ele ainda é mais uma ferramenta analítica do que uma prescrição social. (Isso é uma coisa boa, de verdade.) Ele nos diz que todo governo, tanto existente quanto potencial, é mais acessível à investigação rigorosa quando apreendido como uma corporação soberana. Apenas esta abordagem é capaz de recorrer a toda a panóplia de recursos teóricos, antigos e modernos, porque somente desta maneira o poder é rastreado da mesma forma em que ele realmente se desenvolveu (em estreito alinhamento com uma tendência ainda incompleta).

As objeções mais óbvias são, sensu stricto, românticas. Ela assumem uma forma previsível (o que não quer dizer que seja casualmente descartável). O governo – mesmo que talvez o governo perdido ou ainda irrealizável – é associado a valores ‘mais elevados’ do que aqueles julgados comensuráveis com a economia tecno-comercial, o que estabelece, assim, a base para uma crítica da ‘ontologia empresarial’ MNC da governança como uma redução intelectual ilegítima e uma vulgarização ética. Quantificar a autoridade como poder já é suspeito. Projetar sua liquidação incremental em uma economia geral, em que a liderança se integra – cada vez mais perfeitamente – com o sistema de preços, aparece como um sintoma abominável do niilismo modernista.

A lealdade (ou o conceito intricadamente relacionado de asabiyyah) serve como um reduto exemplar da causa romântica. Não é repulsivo sequer entreter a possibilidade de que a lealdade poderia ter um preço? Handle aborda isto diretamente na seção de comentários já citada (24/03/2014 at 1:18 am). Uma pequena amostra captura a linha de seu engajamento:

Programas de incentivo à preservação da lealdade são vários e altamente sofisticados e abrangem o espectro todo desde milhas para passageiros frequentes a ‘clubes’ que são cativantes e demorados de tal maneira que imitam a satisfação de toda a comunidade, socialização e funções psicológicas identitárias que deixariam mesmo o religioso tradicionalista mais incondicional com inveja. Porque muitas pessoas são geneticamente programadas com esta sub-rotina de coordenação que é facilmente explorável em uma contexto muito distante de suas origens evolutivas. Às vezes as marcas ‘merecem’ a lealdade competitiva especial (‘engenharia alemã’!) e às vezes elas não merecem (paracetamol da marca Tylenol).

Há muito mais que pode, e será, dito no prosseguimento desta disputa, uma vez que ela talvez seja o condutor mais crítico da fissão da NRx e não vai suportar uma solução. A alegação MNC fria, contudo, pode ser empurrada bem através dela. A autoridade está à venda e assim esteve por séculos, de modo que qualquer análise que ignore este nexo de câmbio é uma evasão histórica. O D-M-D’ de Marx, através do qual o capital monetizado se reproduz e se expande através do ciclo da mercadoria, é acompanhado por um igualmente definido ciclo D-P-D’ ou P-D-P’ de circulação-aumento de poder através da riqueza monetizada.

Uma ressalva tentadora, com raízes veneráveis na sociedade tradicional, é lançar dúvida sobre a predominância de tais redes de troca, sobre a suposição de que o poder – possivelmente mais dignificado como ‘autoridade’ – goza de uma suplemento qualitativo em relação ao valor econômico comum, de tal modo que ele não pode ser retro-transferido. Quem trocaria autoridade por dinheiro, se a autoridade não pode ser comprada (e está, de fato, “além do preço”)? Mas este ‘problema’ se resolve, uma vez que a primeira pessoa a vender um cargo político – ou seu equivalente menos formal – imediatamente demonstra que ele pode ser não menos facilmente comprado.

Desde o estágio mais primário e abstrato deste esboço do MNC, insistiu-se que o poder tem que ser avaliado economicamente, por si mesmo, se qualquer coisa como um cálculo prático dirigido a seu aumento deva ser possível. Uma vez que isto seja concedido, a análise MNC da entidade governamental em geral enquanto um processador econômico – isto é, uma empresa – adquire ímpeto irresistível. Se lealdade, asabiyyah, virtude, carisma e outros valores elevados (ou ‘incomensuráveis’) são fatores de poder, então eles já são inerentemente auto-economizantes dentro do cálculo do estadismo. O próprio fato de que eles contribuem, determinadamente, para uma estimativa geral de força e fraqueza atesta seu status econômico implícito. Quando uma empresa tem uma liderança carismática, capital reputacional ou uma forte cultura de lealdade à empresa, tais fatores são monetizados como valores patrimoniais pelos mercados financeiros. Quando um Príncipe inspeciona a ‘qualidade’ do domínio de um outro, ele já estima as prováveis despesas de inimizade. Para as burocracias militares modernas, tais cálculos são rotina. Valores incomensuráveis não sobrevivem ao contato com verbas de defesa.

Ainda assim, não importa o quão sinistro seja este movimento (de uma perspectiva romântica), o MNC não diz a ninguém como projetar uma sociedade. Ele diz apenas que um governo efetivo necessariamente parecerá, para ele, como uma empresa (soberana) bem-organizada. A isto, pode-se adicionar os corolários:
a) A efetividade do governo está sujeita a um critério externo, fornecido por um mecanismo trans-estatal e inter-estatal. Isto poderia tomar a forma da pressão do Patchwork (Geografia Dinâmica) em uma ordem civilizada, ou concorrência militar na região selvagem rondada por lobos do caos hobbesiano.
b) Sob estas condições, pode-se esperar que a racionalidade calculacional do MNC seja atraente para os próprios estados, qualquer que seja a sua variedade de forma social. Alguma convergência (considerável) sobre normas de estimativa e arranjo econômicos é, desta forma, previsível, a partir dos contornos descobertos da realidade. Há coisas que falharão.

Valores não econômicos são mais facilmente invocados do que perseguidos. Foseti (comentando aqui (pt), 23/03/2014 at 11:59 am) escreve:

Ninguém disputa que a meta da sociedade são bons cidadãos, mas a questão é que tipo de governo fornece esse resultado. […] Até onde eu consigo dizer, temos apenas duas teorias de governança que foram expressas. […] A primeira é a capitalista. Como Adam Smith notou, as melhores corporações (em todas as medidas) são as que são operadas por motivos claros, mensuráveis e egoístas. […] A segunda é a comunista. Neste sistema, as corporações são geridas para o benefícios de todos no mundo. […] Não surpreendentemente, as corporações geridas sobre o último princípio encontraram uma número incrivelmente grande de maneiras de serem uma merda. Não coincidentemente, assim o fizeram os governos do século XX geridos sobre o mesmo princípio. […] Eu acho que é quase impossível exagerar as maneiras em que todo mundo estaria melhor se tivéssemos um governo eficientemente, efetivo e responsável.

* Eu entendo que isso não funciona em Grego, mas a confusão sistemática de antes com depois é uma coisa deste blog.

Original.

Fissão

Isto vai continuar acontecendo e vai ficar mais intenso. A causa superficial é óbvia, tanto Michael Anissimov quanto eu mesmo somos ideólogos extremos e inquietos, massivamente investidos na NRx, com entendimentos completamente divergentes de suas implicações. Ambos sabemos que esta luta tem que chegar e que o sincronismo tático é tudo. (Realmente não é pessoal, e espero que não se torne, mas quando ideias monárquicas estão envolvidas, é muito fácil para “o pessoal é político” assumir uma forma de direita.)

Vale a pena relembrar este diagrama, antes de ir adiante. Ele sugere que a divergência é essencial à extrema direita, que se escancara através de um espectro anarco-autocrático. Uma vez que uma aversão à moderação já foi indicada por qualquer um que chegue na margem da extrema direita, dificilmente deveria ser surpreendente quando esta mesma tendência racha a própria extrema direita. Então considere isto:

@outsideness @_hurlock_ identitarismo, pertencimento e comunidade é tudo de que se trata a extrema direita.

— michael anissimov (@mikeanissimov) march 22, 2014

O complemento estrito deste blog a isto seria algo como: Darwinismo Social desintegrador através da competição implacável é tudo de que se trata a Extrema Direita. Uma fórmula aproximadamente deste tipo inevitavelmente entrará em jogo conforme o conflito evoluir. Momentaneamente, no entanto, estou mais interessado em situar os confrontos por vir do que iniciá-los. Quaisquer que sejam as afirmações contrárias – e elas virão (sem dúvida, de ambos os lados) – toda a arena está localizada na ultra-direita, orientada verticalmente no diagrama do espaço ideológico, em vez de horizontalmente (entre posições cuja diferenciação primária seria entre mais-ou-menos direita).

Declarado de maneira crua, mas penso eu que razoavelmente precisa, a controvérsia polariza o Neocameralismo contra a Comunidade Identitária. Minha suspeita é que Michael Anissimov acabará por atenuar os elementos Moldbugianos de sua estirpe neorreacionária, à margem do desaparecimento, e que sua hesitação sobre fazer isso rapidamente é uma questão de estratégia política, em vez de comprometimento filosófico. Desta guerra ideológica, que ele está conduzindo com óbvia habilidade, ele quer que “Neorreação” acabe junto do povo (ou seguidores (com quem eu não nem remotamente me importo)), ao passo que eu quero que ela se agarre à micro-tradição de Moldbug (que ele vê como dispensável, afinal). A única coisa pela qual se está brigando é o nome, mas ambos pensamos que este imóvel semiótico é de valor extraordinário – embora por razões bem diferentes.

Uma observação que vale a pena citar como evidência de apoio, porque suas ideias orientadoras são exemplares:

@_hurlock_ @outsideness toda esta comunidade está cheia de trads que não dão uma foda voadora pro neocameralismo.

— michael anissimov (@mikeanissimov) march 22, 2014

Embora eu valorize profundamente o envolvimento intelectual com os mais inteligentes destes “trads”, eu consideraria uma vitória completa se eles abandonassem a etiqueta NRx e se re-marcassem como Animossovitas, ou Neo-Evolanos ou o que seja e partissem em busca de uma pátria Monarco-tradicionalista em Idaho. Se a NRx fosse socialmente reduzida a um décimo (ou menos) de seu tamanho, mas aqueles que restassem fossem fundamentalistas Moldbugianos, trabalhando para refinar o modelo teórico Neocameralista da restrição do governo através da dinâmica de Saída do Patchwork, ela seria reforçada imensamente de todas as maneiras que importam para este blog. Também simplesmente seria o caso, então, de que as acusações da mídia de romantismo Neo-Feudal ou Nacionalista Branco – acompanhados de ambições de poder político pessoal – seriam calúnias idiotas da mídia. Infelizmente, isto não pode ser dito com confiança total da maneira em que as coisas estão.

A campanha Neocameralista quase certamente virá primeiro, mas ainda é apenas março e nada precisa se desenrolar com indecorosa pressa…

Original.