Cada uma das três principais estirpes da neorreação, na medida em que sejam remotamente sérias, se apega a algo que nenhuma política poderia absorver.
A realidade de um comprometimento religioso não pode ser dissolvida em suas implicações políticas. Se ele estiver errado, não é por causa de nada que a política possa fazer a ela ou fazer dela. A Providência ou envolve a história e a ideologia, sutilmente fazendo fantoches de ambas, ou não é nada. Não importa o quão ruim as coisas fiquem, ela oferece uma ‘razão’ para não ter medo – pelo menos disso – e uma que a degeneração não tem qualquer maneira de tocar, muito menos de controlar.
Similarmente, as verdades darwinistas subjacentes às convicções etno-nacionalistas racionais são invulneráveis à reversão ideológica. Uma tendência à entropia racial e à idiocracia, não importa o quão culturalmente hegemônica e inquestionável, não deixa de ser o que é simplesmente porque a crítica foi criminalizada e suprimida. Objeções científicas têm significância – se forem de fato científicas (e não, em vez disso, a corrupção da ciência) – mas a negação politicamente imposta é uma comédia de mau gosto, flanqueada fundamentalmente pela própria realidade e desviando eventos para dentro de ‘resultados perversos’ que subvertem a ilusão a partir do exterior. Aquilo sobre o que o darwinismo fala não pode ser banido.
A ‘coisa’ Tecno-comercial – catalaxia – é invulnerável de maneira comparável. Não há qualquer chance de que qualquer um, em tempo algum, proibirá com sucesso o mercado ou a dinâmica associada de vantagem técnica competitiva (que juntos compõem o capitalismo real). Assim como a religião e a seleção genética, o complexo tecno-comercial pode empurrado para a escuridão, socialmente ocultado e estigmatizado como um inimigo público. Ele não pode, contudo, ser des-efetuado por decreto político.
É importante, portanto, entender aonde os ‘pensamentos sombrios’ neorreacionários levam. Seu horizonte de desespero é estritamente limitado ao político, ou esfera pública. Quando levados ao extremo, eles convergem com a intuição de que nenhuma política neorreacionária pode ser perseguida a uma conclusão bem-sucedida. Em outras palavras, em sua forma mais sombria, eles preveem que a teimosa ilusão do político condena as aspirações público-esotéricas da humanidade à catástrofe.
Neste ponto, a neorreação se bifurca. Como quer que ela seja compreendida de maneira principal (através da tricotomia), um ramo relativamente ‘leve’ se agarra ao prospecto de internalidade público-política – de um mundo politicamente reestruturado em relativa consonância com as ideias neorreacionárias, de tal modo que a ordem social pudesse ser retomada, sobre uma base realista. Alternativamente, e não menos tricotomicamente, um ramo sombrio aponta para fora, através do colapso, para tratos de inevitabilidade religiosa, biológica e/ou catalática, cujas dinâmicas lançam a ilusam humana em ruína terminal. Se o ‘homem’ nunca (mais) reverter à sanidade? A realidade não parará.
Este blog é mais sombrio do que é tricotomicamente partidário. Nem a providência real, nem a realidade darwinista são anexos que provocam a mínima aversão nestas partes. A ideia de que a neorreação jamais ‘fará’ política ou alcançará status de interno, por outro lado, – exceto como uma tática retórica de independência cognitiva (separação) – é uma possibilidade que nos esforçamos para conceber. (Isso deixar muito sobre o que se argumentar, em outras ocasiões.)
O Tecno-Comercialismo Sombrio – provisoriamente resumido – é a suspeita de que a ‘Singularidade da Direita’ está destinada a ocorrer em relação sub-reptícia e antagônica à instituições políticas finalísticas, que a Catedral culmina no Sistema de Segurança Humana, superada e derrotada a partir do exterior, e que todas as esperanças de que essas potencialidades históricas derradeiras serão aproveitados para fins politicamente inteligíveis são vãs. É, portanto, a compreensão do capitalismo ’em-si’ como um estranho que nunca conhecerá a – ou precisará da – representação política. Em vez disso, como um inimigo derradeiro, ele envolverá a totalidade da filosofia política – incluindo qualquer coisa que a neorreação possa contribuir para o gênero – como as fúteis iniciativas estratégicas (ou espasmos de morte) de sua presa.
Nós (humanos) somos radicalmente teimosos em nossa estupidez. Isto tem consequências. Talvez elas não sejam sempre interessantes.
Original.